No próximo domingo, dia 30, a partir das 8h, o Movimento Baía Viva realiza um passeio à Ilha do Sol, na Baía de Guanabara, onde nos anos 1950 a dançarina Luz del Fuego fundou o primeiro clube de nudismo do país. O passeio é uma oportunidade para conhecer recantos da Baía e saber um pouco da história de Dora Vivacqua, o nome verdadeiro da bailarina, escritora e ativista que escandalizou o Brasil por três décadas.
O passeio até a ilha de Luz del Fuego é feito em parceria com a Gestto Cultural. Hoje, só restam vestígios de um lugar que chegou a atrair naturistas de vários pontos do país e até do exterior. Dora aderiu ao naturismo nos anos 1940, quando também conheceu a filosofia dos existencialistas franceses. Em 1951, após conseguir uma autorização da Marinha, ocupou a ilha Tapuamas de Dentro, rebatizando-a como Ilha do Sol e começou a receber visitantes.
A visita de domingo começa com um encontro na Praça XV, de onde sairá a barca até Paquetá, às 8h30. De lá, haverá uma outra embarcação até a Ilha do Sol. A programação é prevista para durar até as 12h30, com a presença do historiador Marcelo Ferreira Spohn.
Luz del Fuego dançava seminua, com cobras
Marcelo irá falar sobre as origens de Luz del Fuego em uma família de intelectuais e políticos do Espírito Santo. Ela, que se graduou em Ciências e Letras, escolheu a carreira artística mesmo com a oposição de seus parentes, principalmente de um irmão que chegou a ser senador. Suas apresentações no Rio a partir de 1942 causavam furor pela sensualidade de suas danças, poucas roupas e o uso de cobras. Hoje, ela é considerada uma precursora da defesa das mulheres, do combate aos preconceitos e dos cuidados com o ambiente.
Na época em que Luz del Fuego chegou à Ilha do Sol, a Baía de Guanabara ainda não era tão degradada, processo que se acelerou a partir dos anos 1960, com o crescimento desordenado das cidades em seu entorno, sem nenhum programa de saneamento básico. A bailarina, que passou a morar na ilha, foi morta por assaltantes em 1967, quando tinha 50 anos.
Programação:
Domingo, 30/07, a partir das 8h, na Praça XV, em frente à Estação das Barcas para Paquetá. A saída da barca está prevista para as 8h30.
Em Paquetá, no acesso à lancha até a Ilha do Sol, conforme a variação da maré, pode ser necessário molhar os pés. A dica é usar um calçado que seja fácil de retirar e recolocar.
Recomenda-se calçados firmes nos pés para a caminhada na Ilha do Sol. O trecho é muito curto, mas chinelos são escorregadios.
O encerramento será por volta de 12h30, já em Paquetá, onde será possível retornar na barca das 13h com destino à Praça XV.
Valor do passeio: R$120,00
Parte do valor irá para o Movimento Baía Viva, que atua em defesa da Baía de Guanabara e das comunidades de moradores tradicionais de suas margens.
Mais informações: (21) 98067-5505 | (21) 99734-8088 | (21) 99907-5946