Referência mundial da arquitetura e das artes brasileiras, o Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio, deve ser entregue à população em 2024. A nova proposta de ocupação do edifício, apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é um conjunto de espaços para exposições sobre temas associados à arte e à formação da sociedade brasileira, da cultura popular às manifestações afro-brasileiras, do térreo ao terraço.
Projetado para ser a sede do antigo Ministério de Educação e Saúde e posteriormente ocupado pelo então Ministério de Educação e Cultura (MEC), o Palácio vai passar a abrigar atividades administrativas dos órgãos vinculados ao Ministério da Cultura.
A proposta também prevê tornar o “pavimento do ministro”, onde há um terraço jardim e o espaço Cândido Portinari, em uma área visitável e o 9º pavimento, um espaço multiuso aberto à sociedade. O Palácio está em reforma desde 2018.
A perspectiva é de que os quatro últimos andares do prédio recebam exposições das instituições vinculadas ao MinC. Haverá um local para exposições do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, da Fundação Cultura Palmares, do Instituto Brasileiro de Museus e da Fundação Nacional de Artes. No terraço, com a vista a cidade do Rio de Janeiro, serão mantidos um café e um restaurante.
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O Palácio Capanema foi construído entre 1937 e 1945, durante o governo Getulio Vargas. O edifício é considerado um marco na arquitetura modernista brasileira, responsável por colocar o Brasil como referência internacional. A área ocupada pelo prédio de 16 pavimentos e seus jardins, projetados por Burle Marx, é de 27.536 metros quadrados. Atuaram no projeto de elaboração do Palácio Capanema, arquitetos consagrados como: Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Jorge Machado Moreira, Carlos Leão e Ernany de Vasconcelos, com base em estudos feitos por Le Corbusier, que esteve no Brasil em 1937 especialmente como consultor.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, destacou a importância do uso público do prédio. “Esse é um símbolo nacional, um importante bem do patrimônio moderno, e que em breve estará novamente acessível à população, por meio de exposições, ações de Educação Patrimonial e outros projetos importantes.”
O palácio se tornou recanto de importantes referências artísticas nacionais. Ele guarda quadros e murais de Candido Portinari, esculturas de Bruno Giorgio, Adriana Janacópulos, Celso Antônio e Jacques Lipchitz.
Recentemente, a edificação esteve envolvida em dois movimentos de fortalecimento da cultura brasileira. Em 2016, o Palácio Capanema foi ocupado por movimentos sociais e artistas contra o fechamento do Ministério da Cultura. Já em 2021, foi anunciada a venda de prédios públicos à iniciativa privada, incluindo o Capanema, proposta que foi rechaçada por setores ligados à cultura e da sociedade brasileira de maneira mais ampla.