Em obras de revitalização desde julho deste ano, o Cais do Valongo, na Região Portuária do Rio, será reaberto no dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra. A restauração está a cargo do IDG (Instituto de Desenvolvimento e Gestão), que está instalando contêineres de apoio, guarda-corpo no entorno do Cais, nova iluminação, módulos expositivos, placas e totens de sinalização.
O objetivo das obras é melhorar o acesso ao local e resgatar a memória da presença dos africanos no país, destacando a importância do Cais do Valongo como local simbólico do período escravocrata da história brasileira.
Entre o final do século 18 e 1830, cerca de um milhão de pessoas sequestradas na África desembarcaram no Cais do Valongo, considerado o maior porto de escravizados do mundo, segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Em 2017, o local foi declarado Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. O Cais foi soterrado em 1843 pelo Império e só retornou a ser visível em 2011, durante as obras de revitalização da Região Portuária. Hoje, faz parte do Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana.
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Museu no Cais do Valongo
Durante o processo de redescoberta do Cais do Valongo, foram localizadas na escavação centenas de artefatos de matrizes africanas em um pedaço de terreno de quatro mil metros quadrados. Há planos para a criação de um museu da história dos africanos no Brasil, previsto para 2026.
Paralisado desde 2019, o Comitê Gestor do local foi retomado em março deste ano. A equipe é formada por representantes de órgãos e instituições envolvidos na conservação do sítio arqueológico e tem a responsabilidade de planejar e gerenciar a preservação e valorização do Cais do Valongo.