Cais do Valongo terá memorial do povo afro-brasileiro | Diário do Porto


História

Cais do Valongo terá memorial do povo afro-brasileiro

Extinto em 2019, comitê gestor volta a participar na conservação do local, que ganhará museu de resgate de memória

13 de março de 2023

O Cais do Valongo foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade em 2017 (foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Patrimônio Mundial desde 2017 e antigo porto de escravos, o Cais do Valongo agora terá um comitê gestor participativo novamente. Além disso, foi anunciada a criação de um memorial de resgate e preservação da memória e da história dos africanos no Brasil.

A retomada do comitê foi anunciada na quinta-feira, dia 9, durante a visita de uma comitiva federal ao cais, localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro. Antes de ser extinto em 2019, o grupo era formado por representantes de órgãos e instituições envolvidos na conservação do sítio e tinha a responsabilidade de planejar e gerenciar a preservação e valorização do Cais do Valongo.

Durante a visita, a comitiva formada pelas ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, e da Cultura, Margareth Menezes, além do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e pela primeira-dama, Janja Lula da Silva, reafirmou o compromisso de construir um museu no local.


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Um projeto de revitalização do espaço será divulgado ainda este mês, e um memorial será construído em um antigo armazém em frente ao patrimônio, com recursos do BNDES.

Conheça a história

Construído em 1811 pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro, Cais do Valongo tinha objetivo era retirar da Rua Direita, atual Rua Primeiro de Março, o desembarque e o comércio de africanos escravizados que eram levados para as plantações de café, fumo e açúcar do interior do estado e de outras regiões do Brasil.

O local foi descoberto em 2011 durante as obras de revitalização da zona portuária. Durante o período escravagista, mais de um milhão de escravos, originários da África, desembarcaram no Brasil pelo antigo cais, tornando-o o maior porto receptor de escravos do mundo, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2012, a prefeitura do Rio acatou a sugestão das Organizações dos Movimentos Negros e, em julho do mesmo ano, transformou o espaço em monumento preservado e aberto à visitação pública.