Palco de casamentos da alta sociedade carioca, a Igreja da Candelária – ou, para ser mais exato, Igreja de Nossa Senhora da Candelária – é o templo religioso mais imponente da cidade e ponto aglutinador para as maiores manifestações políticas da atualidade, como ocorreu no movimento pelas Diretas Já, ao fim do regime militar, em 1984; nas pressões pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992; e, mais recentemente, nos protestos generalizados de 2013.
A Igreja da Candelária também tem seu nome associado a uma tragédia, a chacina de moradores de rua em seus arredores na madrugada de 23 de julho de 1993, com repercussão internacional. O episódio ficou conhecido como a Chacina da Candelária.
A primeira capela na Praça Pio XI foi inaugurada em 18 de agosto de 1634. Em 1775, ainda no Brasil Colônia, devido à má conservação da então igrejinha, decidiu-se pela construção de um novo templo, que seria finalizado mais de um século depois, apenas em 10 de julho de 1898, ou seja, depois de dois imperadores e já com o Brasil na condição de República Federativa.
A fachada vertical da Igreja da Candelária é herança da arquitetura gótica, mas há traços neoclássicos nos adornos e no frontão triangular ornamentado. Nas duas torres, um relógio indica as horas, e o outro, os dias do mês e da semana, além das fases das lua. É imperdível.
A melhor forma de chegar à Igreja da Candelária é caminhar a partir da estação Uruguaiana do Metrô ou da estação Candelária do VLT. O templo imponente fica no limite das fronteiras do Porto Maravilha, no final da Avenida Presidente Vargas, ao lado de alguns dos principais centros culturais da cidade, como o Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural dos Correios, Espaço Cultural da Marinha e Casa França-Brasil.
Construída de frente para a Baía de Guanabara e de costas para a avenida mais larga do Rio, a Presidente Vargas, a Igreja da Candelária passou décadas com sua fachada escondida pelo Viaduto da Perimetral. Com a derrubada do gigante de concreto, que reaproximou a cidade do mar, a igreja voltou a ocupar seu lugar de destaque entre os cartões de postais mais importantes do Rio Histórico. E ainda ganhou a companhia da Pira Olímpica, marco da competição de 2016 e atração da Orla Conde.