Os bate-bolas, foliões clássicos do Carnaval principalmente nos subúrbios do Rio, serão homenageados no próximo sábado, 25/11, no Parque de Madureira, na Zona Norte. Neste dia, a Secretária Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio, promove a concentração de mais de cem bate-bolas, numa prévia das festas carnavalescas do próximo ano.
A data da comemoração acontece dois dias antes da celebração oficial do Dia do Clóvis e Originalidades do Carnaval, em 27/11, que já parte do calendário oficial do Rio.
No sábado, em Madureira, os bate-bolas serão homenageados também com a instalação de duas esculturas de máscaras, criadas especialmente pelo cenógrafo e figurinista Uirá Clemente. Além disso, será hasteada uma bandeira confeccionada pelo artista e bate-boleiro Marcelo Índio, às 15h. Tudo culminando com um desfile de foliões de diversas gerações, animados por uma banda de Carnaval ao vivo. O bloco de bate-bolas vai partir do portão 4 do Parque de Madureira, às 17h.
Os bate-bolas são tombados como Patrimônio Cultural Carioca de Natureza Imaterial desde 2012. Apesar de vários palpites, ainda não se sabe ao certo qual é a origem histórica dessa figura folclórica. Como a tradição do Carnaval é relacionada a festas de origem europeia, como a Folia de Reis e os bailes de máscaras franceses e italianos, há a suposição de que os bate-bolas também tenham a mesma procedência. Mas também existem versões que contam que o costume veio de escravizados recém-libertos, que se fantasiavam totalmente cobertos no Carnaval, para não serem identificados e poder festejar sem a discriminação pela cor.
Existem diversos tipos de fantasias de bate-bolas: o Linguarudo, o Morcego, o Carrasco, a Velha, a Bruxa, o Palhaço, o Pierrô, o Macaco, o Gorila, o Espantalho. Geralmente são usadas por homens, mas há as versões femininas, que se chamam a si mesmas de bate-boleiras. Os foliões saem em bandos, que se diferenciam pelos trajes e adereços, como plumas, brilho, leques e sombrinhas. E todos têm em comum as famosas bolas que, penduradas em uma corda, são batidas no chão de forma intimidadora, durante as apresentações.