Armazém da Utopia, no Porto, terá novo teatro e restaurante | Diário do Porto


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Armazém da Utopia, no Porto, terá novo teatro e restaurante

Com obras de R$ 35 milhões, Armazém da Utopia deve reabrir em abril, com vista para a Baía da Guanabara e a peça “O Rei da Vela”

12 de setembro de 2023

Armazém da Utopia já recebeu 1 milhão de visitantes, desde 2012 (foto: Governo do Estado / Divulgação)

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Depois de ter sido solucionado o conflito sobre a titularidade do imóvel, o Armazém da Utopia iniciou obras para restauração do galpão centenário que é uma das atrações culturais do Porto Maravilha. A previsão é que tudo esteja pronto até abril do próximo ano, com nova configuração do teatro, abertura de um hotel para atores visitantes e inauguração de um restaurante com visão para a Baía de Guanabara.

O Armazém da Utopia é ocupado desde 2010 pela Companhia Ensaio Aberto, que já atraiu cerca de um milhão de visitantes para suas peças e produções culturais. O melhor acesso para o público é pelo VLT, com desembarque na estação Utopia/AquaRio, para quem vai no sentido da Rodoviária, ou na estação Parada dos Navios, para quem está no sentido do aeroporto Santos Dumont.

O “Rei da Vela” será a peça que será encenada na reinauguração do teatro Oduvaldo Vianna Filho, no anexo do Galpão. Escrita por Oswald de Andrade, em 1933, a trama mostra personagens envolvidos com a crise econômica do país, fazendo uma crítica a questões sociais que ainda não haviam sido resolvidas, como a concentração de renda, de terras, o racismo, o machismo e a homofobia. Ou seja, a peça, com 90 anos, continua atual.

O restaurante dará aos frequentadores uma visão dinâmica das atividades portuárias, pois navios costumam atracar bem em frente ao Armazém da Utopia. Além disso, os frequentadores terão uma visão ampla da Ponte Rio-Niterói, do Museu do Amanhã e das áreas de operações de importação e exportação do porto. A proposta é que o lugar seja um espaço de contemplação da Baía de Guanabara.

Armazém da Utopia conta com apoios da Vale e da Shell

A restauração e a expansão do Galpão, que deverão custar cerca de R$ 35 milhões, têm patrocínio de empresas como a Vale do Rio Doce e Shell, por meio de incentivos fiscais. 

As obras começaram após a resolução de conflitos com a PortosRio, que administra o porto da cidade. A empresa estatal queria a devolução do galpão, mas um acordo entre a Prefeitura e o Governo Federal, no início deste ano, garantiu a continuidade do imóvel com o Município. No ano passado, quando a questão ainda não estava resolvida, a Câmara Municipal aprovou uma lei que tombou o uso do galpão para atividades culturais.

O galpão de 5.000 metros quadrados é um espaço múltiplo que já recebeu eventos culturais como o Festival de Cinema do Rio, o Rio H2K, Festival Panorama, Tudo é Jazz no Porto, Casa Fenomenal da Nike, Semana Design Rio, Casa da NBA, Rio Smart City e Festa dos Santos Populares Portugueses.


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