Passados 20 anos de um derramamento de óleo na Baía de Guanabara, o ambientalista e técnico em meio ambiente da Fiocruz Roberto Viana conseguiu recuperar a biodiversidade de um mangue localizado na Ilha do Fundão. O acidente, no final da década de 1980, dizimou as espécies de crustáceos que vivam na região – até que Viana decidiu restaurar o equilíbrio perdido.
Batizada de ‘Projeto Caramangue’, a ação nasceu em 2007, quando o ambientalista passava pelo local e viu dois buracos de uca, uma espécie de caranguejo. A cena indicava que a recuperação dos crustáceos era possível, mesmo depois da devastação causada pelo petróleo com cobertura de 10 cm a 12 cm.
Entre 2010 a 2016, o ambientalista fez 12 viveiros para que as fêmeas desovassem de forma protegida. Semanalmente, ele soltava cerca de 60 exemplares no habitat, entre chama-marés, caranguejos-uçá, aratus e os guaiamuns.
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O resultado foi um crescimento espontâneo daquela população, o que foi acompanhado pelo retorno de aves e peixes para o mangue. A biodiversidade local se tornava cada vez mais atrativa, e a reprodução espontânea dos crustáceos indicava uma recuperação ativa. Em 2016, Viana deixou o Caramangue aos cuidados de voluntários.
Atualmente, ele se dedica a um novo projeto, o ‘Horto da Vila’. O objetivo é o reflorestamento de terrenos abandonados a partir do cultivo de mudas.
A nova empreitada conta com a ajuda de alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que ocupa também a região da Ilha do Fundão. O que antes era um lixão se transformou em um terreno limpo com árvores frutíferas e tanques de peixes graças ao trabalho da equipe.
Para Viana, o trabalho ambiental no mangue é essencial. Ele classifica o ecossistema como o berçário da fauna, e o repovoamento de crustáceos e a limpeza do rio fazem a cadeia alimentar girar. “Ver o mangue vivo é a minha maior alegria”, afirmou.
As informações são do UOL