Um plano de adaptação às mudanças climáticas foi lançada para a biorregião de Guapi-Macacu, no Rio de Janeiro, área que inclui os municípios de Guapimirim e Cachoeiras de Macacu e abastece cerca de 2,5 milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio. A proposta é coordenada pelo Movimento Viva Água Baía de Guanabara e envolve mais de 30 instituições, entre elas a Fundação Grupo Boticário, FGVces e GIZ/ProAdapta.
Com base em dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) e registros da imprensa, foram identificados os principais eventos climáticos que afetam a região: chuvas intensas, enchentes, deslizamentos, vendavais e incêndios florestais. Os impactos já observados incluem desregulação hídrica, perda de produtividade agrícola, aumento de doenças e intrusão salina.
As projeções científicas indicam agravamento desses eventos até o fim do século. A previsão inclui rebaixamento do lençol freático, erosão de encostas, escassez hídrica e piora da qualidade da água. A região abriga áreas preservadas de Mata Atlântica, como os parques dos Três Picos e da Serra dos Órgãos, mas enfrenta pressão crescente do desmatamento, urbanização e grandes empreendimentos.
O plano prevê medidas como restauração de matas ciliares, construção de barraginhas em áreas rurais, renaturalização de rios, ampliação da arborização urbana e integração entre agricultura e vegetação permanente. Também estão previstas ações em áreas urbanas, como rotas de evacuação e sistemas de alerta.
Fundo vai financiar primeiras ações do plano
A primeira fase será viabilizada com recursos do Fundo Viva Água Guanabara. A estratégia será apresentada a empresas e parceiros para atrair novos financiadores, incluindo o Fundo Clima, BNDES, BID e outras fontes nacionais e internacionais. A segurança hídrica foi definida como prioridade da proposta.
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