Moradores e ambientalistas da Ilha do Governador estão mobilizados para pressionar a Prefeitura do Rio a preservar a área do Parque Ecológico Marcello de Ipanema, que completou 30 anos e está abandonado pelo poder público. O movimento é organizado pelas entidades Rolê da Ilha, Projeto Museu Insulano e o Movimento Baía Viva.
O Parque fica na praia do Engenho Velho ou praia Belo Jardim, na Ilha do Governador, onde na época colonial existia um aldeamento indígena, provavelmente da etnia Temiminó (povo “Maracajá”), segundo o Movimento Baía Viva.
Na década de 1990, ecologistas e moradores impediram a construção de uma grande marina privada na praia e daí surgiu a mobilização que conquistou em 1995 a criação do Parque Marcello de Ipanema, importante ambientalista que foi vizinho desta área remanescente da Mata Atlântica.
Para marcar o aniversário da área e do movimento ambiental, no último domingo, 15/6, foi realizado o ato público “Em defesa do patrimônio: O aniversário de 30 anos do Parque Marcello de Ipanema”.
Parque na Ilha do Governador tem despejo de esgoto clandestino
No ato público os moradores da Ilha do Governador reivindicaram a limpeza e capina da área do Parque pela COMLURB; ações de educação ambiental junto a frequentadores da área para evitar a queima de árvores por velas acesas e o apodrecimento de restos orgânicos que degradam o ambiente; reforma do Anfiteatro para realização de eventos culturais (teatro, música, roda de capoeira); e obras de reforma da escadaria de cimento e dos mirantes.
Na encosta coberta pela Mata Atlântica, têm sido jogadas muitas garrafas de bebidas e embalagens plásticas (lixo) por frequentadores do local. O lançamento de grande volume de esgotos sanitários não tratados por uma tubulação localizada ao lado do Esporte Clube Jardim Guanabara tem gerado intensa poluição da praia. Segundo o Baía Viva, a coleta e tratamento dos esgotos é de responsabilidade legal da concessionária privada Águas do Rio.
Para solucionar o estado de abandono e sujeira no Parque Marcello de Ipanema, as organizações comunitárias da Ilha do Governador estarão exigindo a atuação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC), COMLURB, concessionária Águas do Rio, Subprefeitura das Ilhas e da Fundação Parques e Jardins (FPJ).