Ministro analisa 13 ações para fortalecer o Galeão | Diário do Porto


Economia

Ministro analisa 13 ações para fortalecer o Galeão

Galeão está em estudo realizado por Wagner Victer e entregue ao ministro Márcio França. Ações exigem trabalho dos 3 níveis de governo

20 de janeiro de 2023

Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (foto: Galeão / Governo Federal)

Compartilhe essa notícia:


Um estudo com 13 soluções para o fortalecimento do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, foi entregue ao novo ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, por Wagner Victer, ex-secretário estadual de Energia, Indústria Naval e do Petróleo. O autor esclarece que as propostas são complementares à limitação dos voos no aeroporto Santos Dumont, com a transferência da maior parte das rotas para o Galeão. França está analisando as propostas, que contam com ações que devem ser desenvolvidas pelos três níveis de Governo: Prefeitura do Rio, Governo do Estado e Governo Federal.

Segundo Wagner Victer, as propostas do estudo são “tecnicamente viáveis, com a possibilidade de serem feitas em até 36 meses, exigindo um melhor detalhamento, com custos que não devem superar R$ 200 milhões”. Esse investimento seria coberto por parte da outorga paga pela empresa concessionária do Galeão e também por verbas dos orçamentos dos Poderes Públicos.

As 13 propostas estão divididas entre 7 ações de curto prazo e 6, de médio prazo. Entre as ações de curto prazo, há iniciativas que cabem à Prefeitura, como o recapeamento da Linha Vermelha e o controle de construções irregulares no seu entorno. Já as ações de médio prazo são referentes à construção de novos acessos, com pontes e viadutos, além da intensificação do transporte por barcas, na Baía de Guanabara, o que exige a mobilização do Governo do Estado. Ao Governo Federal caberia o apoio a essas ações, além de realizar o mais importante: reordenar o fluxo de voos entre o Galeão e o Santos Dumont.


LEIA TAMBÉM:

O centro de Itaboraí dá aula de história e cultura

Petrópolis prepara-se para comemorar 180 anos

Feriados de 2023: dicas de 12 viagens pelo RJ sem repetir destino


Galeão exige iniciativas de curto e médio prazo

Veja abaixo os principais pontos do estudo de Wagner Victer:

“1- AÇÕES DE CURTO PRAZO:

1.1- Restabelecimento das divisórias das pistas: 

Por meio da Prefeitura do Rio de Janeiro, deve ser refeito, imediatamente, o conjunto de anteparas que existem na Linha Vermelha, já que muitas foram feitas há cerca de 10 anos, não tiveram a devida manutenção nos últimos tempos e estão quebradas. Devem ser substituídas e até eventualmente serem pintadas por algum artista de rua para dar um aspecto positivo. Essas estruturas quebradas facilitam intervenções por parte de alguma atividade criminosa, além de facilitar efetivamente a venda por parte de ambulantes, o que se torna um grande problema para uma via que deveria ser expressa. Essa é uma ação de rápida implementação pela Prefeitura, como também limitar a presença de ambulantes.

 1.2- Demolição imediata de imóveis junto às divisórias:

 Muitos imóveis foram indevidamente construídos em cima do canal de drenagem de algumas comunidades, como a Maré, e que estão juntos às divisórias, perpassando a sua altura. O número atual de imóveis ainda não é significativo, inferior a 20, e devem ser demolidos imediatamente pela Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura (SEOP) e limitadas pela Prefeitura as novas construções, diante da insegurança que se coloca, inclusive para ser uma via de efetiva de segurança para eventos e pelo aspecto que se coloca. A operação é simples e deve se colocar como se fosse uma faixa de recuo em relação às divisórias de ambos os lados, com cotas limitadas, especialmente aquelas coladas no sentido Galeão-Centro, onde houve um crescimento significativo. Alias nessa ação devem ser imediatamente demolidas as construções no entorno dos pilares do cruzamento da linha vermelha por cima do canal de incêndio, pois, um eventual incêndio pode colapsar a estrutura com afundamento, alias como já ocorreu no passado.

1.3- Recapear a pista da Linha Vermelha:

A pista da Linha Vermelha não sofre um processo de recapeamento pleno há muitos anos. Para fluir o tráfego efetivo é fundamental o recapeamento imediato que deve ser feito pela Prefeitura ou pela Prefeitura conjuntamente com o Governo do Estado, tendo em vista que a Prefeitura do Rio assumiu operação dessa rodovia desde 2007.

1.4- Instalação de câmeras:

Para melhorar a segurança intrínseca da Linha Vermelha é fundamental que seja feita a instalação imediata de câmeras com leitores inteligentes de placas ligadas ao sistema de segurança da Polícia Militar, e de operação da Prefeitura. Essa instalação de câmeras de leituras deve ser implementada também na Estrada do Galeão, na Ilha do Governador, com um simples portal de entrada e saída com registro e inteligência, o que vai coibir a prática de eventual trânsito de veículos irregulares e coibir alguns tipos de práticas que levam à sensação de insegurança no local. 

1.5- Implementação Imediata do Sistema de Rondas da PM por Motos:

No ano de 2022, foi instalado, pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, o chamado Batalhão de Policiamento de Motos da Linha Vermelha, porém até então não se teve uma operação considerada eficaz e grande parte das motos que deveriam estar rodando 24 horas estão paralisadas no baseamento da Ilha do Fundão. É fundamental a retomada imediata da ação para que se tenha o aumento da sensação de segurança na via durante 24 horas.

1.6- Melhorias no Sistema de Iluminação

Não obstante a recente modificação na iluminação para sistemas de led feita pela Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Rio Luz e sua concessionária Smart Luz, com frequência um conjunto de luminárias tem ficado apagadas aumentando a sensação de insegurança, especialmente em pontos de acesso próximos à Avenida Brasil. É fundamental ter um sistema de manutenção preventiva e corretiva, antecipado e de correção imediata dos eventuais problemas, pois as rotinas de falta de energia estão extremamente elevadas.

1.7- Retomada do Fluxo das Barcas Cocotá/Praça XV

Durante o período de pandemia, houve uma redução brutal da oferta de horários de barcas saindo de Cocotá, Ilha do Governador, para a Praça XV. A retomada da melhor utilização das barcas, na futura concessão em vias de ser licitada, desafogará grande parte do trânsito que hoje vai na Linha Vermelha de escoamento da Ilha do Governador e, portanto, deve ser fortalecida, assim como estudos que envolvam conexão com a Ilha do Fundão, sempre dentro do conceito de retirar carga de trânsito da Linha vermelha 

2- INTERVENÇÕES DE MÉDIO PRAZO  

2.1- Ampliação do acesso da Linha Vermelha para a Linha Amarela:

Essa intervenção propõe basicamente a duplicação da alça de acesso para a Linha Amarela. Isso daria uma melhoria no fluxo de acesso para a Linha Amarela com reflexos positivo na Linha Vermelha, pois reduz o entroncamento que traz reflexos no sentido Galeão / Barra e Galeão / Centro. Isso poderia significar uma redução de aproximadamente 15 minutos no trajeto da Ilha do Governador à Barra da Tijuca, com um investimento da ordem de R$ 15 milhões e previsão de implementação de 18 meses.

2.2- Ampliação do Acesso da Linha Vermelha para o Trevo da BR 040 (Washington Luís): 

Essa intervenção traria uma redução no congestionamento que é gerado pelos veículos que acessam a BR 040 a (Washington Luís) e que muitas vezes chega até a entrada da Ilha do Governador, na confluência para acesso da Ilha. Requer ampliação da ponte sob o Rio Meriti e a duplicação da alça de acesso à BR 040, com eventual segregação de fluxo. O prazo de uma intervenção como essa é da ordem de 18 meses e o investimento seria da ordem de R$ 15 milhões. 

Essa é uma das principais e mais urgentes intervenções que deveria ser feita, pois o engarrafamento muitas vezes chega até a entrada da Ilha do Governador.

2.3- Execução da Nova Ligação Linha Vermelha/Centro:

O objetivo é estabelecer novas saídas para São Cristóvão e para o Viaduto do Gasômetro, reduzindo os reflexos na Linha Vermelha. Estabelecer um conjunto de intervenções com acesso a São Cristóvão e Benfica, antes da saída da ponte, e com a ligação ao viaduto de Benfica e a Rua Couto Magalhães. É um investimento da ordem de R$ 30 milhões, com prazo de 24 meses previsto para a execução.

2.4- Novo acesso Linha Vermelha/Ilha do Governador:

A construção de uma nova alça de acesso da Linha Vermelha para a Ilha do Governador reduzirá o fluxo de acesso à Ilha, evitando reflexo no sentido Centro e na própria confluência da chegada à Ilha do Fundão. Basicamente a construção de alça de acesso à Linha Vermelha, sentido Centro, na altura do terminal de cargas. É um investimento da ordem de R$ 15 milhões, com prazo de 16 meses. Esse investimento tem um memorial já levantado pelo grupo de estudantes da Engenharia Politécnica da UFRJ, Engenhando a Cidade, que está no site https://sites.google.com/poli.ufrj.br/engenhandoacidade/projetos. 

2.5- Novo acesso Ilha do Governador/Linha Vermelha: 

O novo acesso Ilha do Governador/Linha Vermelha trará uma melhoria no fluxo de acesso na Linha Vermelha no sentido Dutra. A construção de um viaduto de acesso à Linha Vermelha, sentido Centro, na altura do terminal de cargas. É um investimento da ordem de R$ 35 milhões, em 24 meses.

2.6 – Novo acesso Linha Vermelha/ Ilha do Fundão:

A construção do novo acesso Linha Vermelha/ Ilha do Fundão tem o objetivo da melhoria do fluxo da Linha Vermelha no sentido Centro. Basicamente são intervenções na melhoria de sinalização, horizontal e vertical, e a construção da nova via até a Avenida Brigadeiro Trompowski, com uma nova faixa de aceleração. O investimento é da ordem de R$ 25 milhões, com prazo de 18 meses.