Os aviões C-130 Hercules estão sendo desativados pela Força Aérea Brasileira (FAB) após 59 anos de uso em operações no país e no exterior. O início das despedidas do cargueiro feito nos Estados Unidos tiveram como palco os céus do Rio de Janeiro, sobre a Base Aérea do Galeão, no último dia de fevereiro.
A cerimônia serviu também para a incorporação dos novos KC-390 Millennium, aeronaves de transporte desenvolvidas pela Embraer e construídas no Brasil. Na ocasião também se comemorou o aniversário do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – Esquadrão Gordo, que foi criado em 1965, com a chegada dos Hercules, na base aérea.
Produzido pela empresa americana Lockheed Martin, o Hercules foi incorporado à frota de aeronaves da FAB na segunda metade de 1964 e, ao longo dos anos, chegaram os modelos especializados em Busca e Salvamento/Reconhecimento, e Reabastecimento em Voo.
Os Hercules brasileiros fizeram missões na Antártica e em vários países do exterior
Em 1983, o C-130 Hercules começou a realizar missões de apoio ao PROANTAR, contribuindo desde então com o desenvolvimento de pesquisas científicas por cientistas brasileiros na Antártida, totalizando cerca de 400 missões.
Destacam-se também as missões humanitárias no Congo em 2003, El Salvador em 2005, Haiti entre 2009 e 2017, Peru em 2017 e no Chile em 2010, além das missões de Combate a Incêndio em Voo no Chile, em 2014, 2017 e 2023.
Durante a pandemia da Covid, os Hercules foram usados pela FAB para o transporte de quase 2 milhões de quilos de carga (insumos e materiais hospitalares diversos), 640 mil litros de oxigênio (O²) e mais de 20 Usinas de Oxigênio, distribuídas em várias regiões do país.
Desenvolvida para missões semelhantes, a aeronave brasileira KC-390 Millennium carrega o desafio de substituir o Hercules, considerado um modelo perfeito em suas funções.
Ex-Comandante do Esquadrão Gordo de 1987 a 1989 e um dos homenageados na cerimônia, o Major-Brigadeiro do Ar Cezar Ney Britto de Mello declarou que o Hercules foi um amor que ele teve desde o tempo em que era um jovem cadete, em 1965. “No primeiro ano da Escola, no Campo dos Afonsos, fui escalado para vir aqui à Base Aérea do Galeão para a solenidade de recepção dos C-130 adquiridos pela Força Aérea. Esse avião foi um divisor de águas da FAB”, afirmou.
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