Santos Dumont vive caos, enquanto Galeão esvazia | Diário do Porto


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Santos Dumont vive caos, enquanto Galeão esvazia

Para fortalecer o Galeão e diminuir a superlotação do Santos Dumont, Wagner Victer sugere a revisão da licença ambiental desse aeroporto

5 de abril de 2023

Aeroporto Santos Dumont bate recorde de passageiros e atrasos de voos (foto: Agência Brasil)

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Enquanto o Galeão ocupa a 16ª posição no ranking dos aeroportos do Brasil, sem conexões nacionais para abastecer mais voos internacionais, o Santos Dumont funciona abarrotado e com atrasos. No ano passado, o aeroporto central do Rio recebeu 10,17 milhões de passageiros, quando sua capacidade máxima é de 9,9 milhões

Essa situação caótica está causando atrasos na principal rota operada no Santos Dumont, que são os voos para São Paulo. Em 2022, os atrasos nessa ligação, a partir do Rio, chegavam a 6,9% das operações. No ano passado, com a recuperação do mercado após a Covid, esse número saltou para 29%.

Ambos os problemas, a baixa ocupação do Galeão e a superlotação do Santos Dumont, causam graves prejuízos para a economia do Estado do Rio de Janeiro. O engenheiro Wagner Victer, ex-secretário estadual de Energia, Indústria Naval e do Petróleo, é um crítico da falta de iniciativas para resolver a questão e aponta o Ministério dos Portos e Aeroportos como o principal responsável pela situação e até por uma “eventual catástrofe”.

“O Santos Dumont está cada vez mais parecido com a antiga rodoviária do Rio, enquanto se atrasa a solução óbvia que é a sua limitação entre 6 e 8 milhões de passageiros por ano, voltados exclusivamente para a rota Rio/São Paulo, voos internos aeroportos fluminenses , aviação executiva e alguns voos para Brasília”, diz Victer.

A resolução do problema, com a transferência dos voos excedentes para o Galeão, é um assunto que depende diretamente da ação do Ministério de Portos e Aeroportos. “Caso o ministro não tome essa decisão logo, é fundamental iniciar um processo da limitação de voos via revisão da licença ambiental do Santos Dumont, pelo Instituto Estadual do Ambiente, o Inea, até porque no passado esse número de voos não era permitido. Isso está comprometendo a economia fluminense, nossa captação de turistas e principalmente a segurança dessa operação, que pode eventualmente levar a uma catástrofe”, alerta Victer.

Santos Dumont tem estudo com 13 soluções

No início do ano, o engenheiro entregou um estudo com 13 soluções para o fortalecimento do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, ao ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França. O autor esclarece que as propostas são complementares à limitação dos voos no aeroporto Santos Dumont, com a transferência da maior parte das rotas para o Galeão. Na ocasião, França falou que iria analisar as propostas, que contam com ações que devem ser desenvolvidas pelos três níveis de Governo: Prefeitura do Rio, Governo do Estado e Governo Federal. Até agora, França não disse o que achou do estudo.


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