O poder de transformação da união entre cultura e economia será demonstrado, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, pelo projeto Mercado Cultural Harmonia. A iniciativa traz à Praça da Harmonia uma feira de arte com exposição, artesanato, design e música, no dia 18 de março, das 10h às 18h.
Os produtos a serem vendidos são resultantes das oficinas gratuitas de capacitação profissional, promovidas entre 2022 e 2023. Elas foram realizadas no Casarão Harmonia na Gamboa, espaço da estilista Vera Leusin, também coordenadora da Oficina de Costura. Além dos stands de vendas, o evento também terá participações da banda Cheap Picks e do DJ Malik.
O Mercado Cultural Harmonia tem origem nas oficinas de “Corte e Costura”, “Macramê”, “Bordado” e “Colagem Têxtil”. As aulas semanais aconteceram entre outubro e março para artistas iniciantes e profissionais, em busca do aperfeiçoamento do trabalho. O projeto também apresentou palestras de especialistas do SEBRAE, apoiador do projeto, com temas como história, empreendedorismo, costura e modelagem.
LEIA TAMBÉM:
Rio de Janeiro lança Plano de Expansão Cicloviária
Resort de Maricá terá melhor escola de hotelaria do mundo
Lula precisa corrigir o Itamaraty na questão dos vistos
O programa tem um olhar especial para todos os artesãos da região, conhecida como Pequena África, herdeiros de um importante legado cultural e histórico. Para Elza Ribeiro, coordenadora do projeto e presidente do Polo da Região Portuária, a iniciativa cria oportunidade para o fortalecimento da economia criativa local. “Nesse momento, o foco do projeto é o trabalho das moradoras e artesãs do bairro Gamboa, maioria nas oficinas”.
O projeto é uma realização da Vianapole Comunicação em parceria com o Polo Região Portuária e Oficinas Harmonia e conta com patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2.
Painéis e luminárias ilustram passado e presente da Praça da Harmonia
A estrutura da feira na Praça da Harmonia será inspirada no cenário do século XIX, quando funcionava um mercado no local. O espaço vai abrigar a exposição de dez painéis, desenhados e pintados pelo morador do bairro e artista visual Fernando Mendonça.
Na feira de arte, as obras terão contribuição dos integrantes das diversas oficinas, resultado das aulas, que retratam silhuetas dos casarões, coreto e flamboyants da Praça da Harmonia e personalidades que marcaram a memória do território.
O Mercado Cultural Harmonia foi pensado para contribuir com o crescimento da atividade cultural como empreendedorismo na Zona Portuária, mas de maneira diferenciada e com toque contemporâneo. Em exposição na feira de arte, seis luminárias em macramê, resultado do trabalho das artesãs sob orientação da designer de interiores Patricia Lantelme. As obras estarão à disposição do público, com os painéis do artista visual e os artesanatos das artesãs e artesãos – com trabalho aprimorado nas oficinas.
Uma história a ser preservada
A região da Gamboa tem uma história de reinvenções sem abrir mão da memória. De um passado aristocrático a posição de principal porto de chegada de negros escravizados no Brasil do século XIX, a região é hoje a parte fundamental da revitalização da zona portuária no século XXI. Locais como o Moinho Fluminense, o Instituto dos Pretos Novos e a Praça da Harmonia contam diferentes momentos dos 200 anos de história do Brasil independente. O Largo da Harmonia, antes da enseada, depois de 1855 foi o segundo mercado da Cidade do Rio de Janeiro e somente na administração de Pereira Passos (1902-1906) o local transformou-se na Praça da Harmonia.