Carolina Smolentzov
Cenários deslumbrantes de matas, lagoas, trilhas e 44 quilômetros de praias são alguns dos que compõem o ecossistema do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. No entanto, a área de conservação que abrange as cidades de Quissamã, Macaé e Carapebus, na região norte do estado do Rio de Janeiro, ainda é pouco explorada por turistas.
Cada canto da reserva abriga verdadeiros tesouros naturais. São 18 lagoas costeiras de rara beleza e de grande interesse ecológico. A unidade pode ser visitada de carro, barco ou a pé. A maior parte da extensão de Jurubatiba, 62,38%, fica no município de Quissamã.
O chefe substituto do parque, o analista ambiental Marcos Cezar dos Santos, informou ao Diário do Porto que, dos 100 mil visitantes anuais, o fluxo maior é de moradores locais, que procuram as lagoas para mergulhos. Esses visitantes, que entram a pé, não geram receita. Para movimentar a economia das cidades que abrigam a reserva, o número de turistas precisaria ser maior. “Jurubatiba ainda tem muito potencial a ser desenvolvido. Este ano vai ser muito estratégico para nós”, diz. Dentre os preparativos, estão a reforma do centro de visitantes, a organização de exposições e ações para divulgar o parque.
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Os passeios mais populares no Jurubatiba são as caminhadas pelas trilhas de fácil acesso e o mergulho nas lagoas. Santos destaca que elas são bem diferentes entre si: varia a cor, das mais claras às mais escuras; água doce ou salgada; movimentadas ou mais tranquilas.
“A Lagoa Encantada é pequenininha e fica em um lugar bem deserto. É encantada porque muda de tonalidade dependendo do dia”, exemplifica o chefe do Jurubatiba. Além do banho, é possível praticar esportes náuticos de baixo impacto, como caiaque e stand-up. Já no canal histórico Campos-Macaé, uma boa pedida são os passeios de barco a motor.
O chefe do parque não esconde a preferência entre os passeios disponíveis na unidade. Saindo de Macaé, a trilha do Cômoro percorre os 44 quilômetros de extensão da praia e as 18 lagoas dentro do parque. “É um passeio maravilhoso, e um ótimo lugar para estar em contato com a natureza. Dá uma outra percepção da unidade”. A maior dificuldade é o meio de transporte: o trecho só pode ser acessado por veículos tracionados. O passeio pode ser realizado com o veículo do próprio visitante ou por meio de prestadores de serviços já cadastrados junto ao Parque Nacional.
O valor do ingresso, para os passeios de carro tracionado ou de barcos nos trechos permitidos, é de R$ 9,00 para o primeiro dia e R$ 4,50 a cada dia subsequente. Visitantes a pé não pagam ingresso.
Parque investe em educação ambiental
Jurubatiba é o primeiro parque nacional brasileiro a compreender exclusivamente o ecossistema de restinga, o menos representado entre as Unidades de Conservação da Natureza. Administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), é a área de restinga mais bem preservada do país e está praticamente intacta.
O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba é um abrigo para diversas espécies de fauna e flora das restingas, que em outros locais do país estão em risco de extinção. Já foram inclusive encontradas novas espécies na área da unidade. Por isso, é um importante centro de pesquisa, com um bem-sucedido projeto de educação ambiental desde a inauguração em 1998, em parceria com a UFRJ. “Trazemos crianças de Macaé, Quissamã e Carapebus, para tentar mostrar o que é o parque e porque ele deve ser preservado”, explica Santos.
O desmatamento, zerado na unidade, segundo o chefe do parque, é motivo de orgulho para a administração. Santos acrescentou que Jurubatiba, no entanto, ainda sofre com alguns desafios ambientais, como os incêndios florestais e a pesca predatória. O trabalho de prevenção é feito com sobrevoos trimestrais que auxiliam na fiscalização, realizada em conjunto com órgãos como o Ministério Público.
Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba
Acessos
Macaé: Av. Atlântica, bairro Lagomar
Quissamã: Praia de João Francisco ou praia do Visgueiro
Carapebus: Estrada da praia
Mais informações no site oficial
*Carolina Smolentzov é estagiária