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Paes lança projeto que abre o Porto para o mar

Prefeito quer acesso de moradores e turistas à Baía de Guanabara. Em artigo, Antonio Carlos de Faria analisa os obstáculos ao sonho de Paes

19 de maio de 2024

Paes, que visa à reeleição, promete erguer estruturas flutuantes em frente ao Caís do Valongo, e inclusive um novo píer para navios de cruzeiro (foto: Divulgação)

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Antonio Carlos de Faria, editor do DIÁRIO DO PORTO

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, candidato à reeleição, fez uma publicação nas redes sociais prometendo para breve o Parque do Porto, uma nova expansão do Porto Maravilha. A ação é um anúncio pré-eleitoral polêmico, pois prevê intervenções sobre as águas da Baía de Guanabara, o que pode ser ilegal, e sobre áreas do Porto do Rio que estão arrendadas para empresas privadas.

Mas vinda de Paes, a visão de novas áreas na Região Portuária não soa como algo impossível. Pois impossível era remover o Elevado da Perimetral, um monstrengo da época da ditadura, e o prefeito foi lá e fez, em 2013, em sua segunda gestão, viabilizando a recuperação da área que é o coração da cidade.

A ideia difundida por Paes por meio de um vídeo, com sua narração e imagens de uma futura construção flutuante no Cais da Gamboa, mostra que finalmente se realizaria o sonho da reintegração da Região Portuária com o mar. O projeto permitiria o acesso de moradores e de turistas à Baía de Guanabara.

A palavra flutuante, dita por Paes no vídeo, é a chave do negócio. Estruturas permanentes, que modifiquem ou diminuam o espelho d’água da baía são vedadas por lei e não seriam aprovadas pelos órgãos ambientais. Aliás, em 2013 o próprio prefeito já foi derrotado quando tentou erguer um novo cais para navios de cruzeiro na Gamboa, que não foi à frente por falta de licenças, mesmo já tendo contrato para construção.

Paes poderia começar sua nova investida, negociando com a PortosRio, antiga Docas. Essa estatal federal tem a gestão dos galpões centenários e do Caís da Gamboa. A empresa autorizou recentemente a expansão de uma linha férrea no cais, para ampliar a exportação de ferro gusa, atividade que trás poluição sonora e do ar. Se quiser, o prefeito já tem onde começar a trabalhar.

Fora isso, já que estamos falando de projetos polêmicos e sonhos, cabe lembrar os nomes das praias que existiam na Região Portuária e que foram destruídas pela expansão do Porto do Rio e da cidade. Prainha, Praia do Peixe, Praia Dom Manuel, Praia do Valongo, Praia da Gamboa, Praia da Saúde e Praia Formosa. Esta última, hoje, é apenas um nome inexplicável de uma estação do VLT, perto da Rodoviária do Rio.

 

Visão da Praia Formosa, destruída por um aterro em 1879 (Imagem: Multirio)


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