Novos bugios chegam ao Parque Nacional da Tijuca | Diário do Porto


Sustentabilidade

Novos bugios chegam ao Parque Nacional da Tijuca

Oito bugios de uma mesma família serão aclimatados no Parque. Reintrodução da espécie contribui para a preservação da floresta

21 de abril de 2024

Búgios, macacos dispersores de sementes, estão sendo reintroduzidos na floresta da Tijuca desde 2015 (foto: Marcelo Rheingantz / Divulgação)

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Oito novos macacos bugios chegaram ao Parque Nacional da Tijuca e estão sendo aclimatados para serem soltos na floresta. O objetivo é integrar essa nova população aos bugios que já foram reintroduzidos na área, desde 2015, em um projeto que visa recuperar a fauna local, essencial para a manutenção da própria cobertura florestal.

Os bugios são macacos de porte médio que se alimentam exclusivamente de vegetais e com isso servem como dispersores de sementes, estimulando o crescimento de novas árvores. O projeto de repovoamento é feito pelo Refauna, iniciativa que desde 2010 realiza a reintrodução de espécies animais em parques nacionais. Nessa ação, há apoio do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, órgão do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Até 2015, os bugios estavam extintos no Parque Nacional da Tijuca, área de Mata Atlântica montanhosa que fica entre as Zonas Sul, Norte, Oeste e Centro do Rio, conhecida por pontos turísticos como o Cristo Redentor, a Vista Chinesa, a Pedra da Gávea e o Pico da Tijuca, seu ponto mais alto, com 1.022 metros. 

Marcelo Rheingantz, biólogo da UFRJ e diretor executivo do Refauna, está otimista com a chegada dos novos bugios ao Parque. “Eles chegaram e ficarão em um recinto, onde passarão por um período de aclimatação para se acostumarem com a floresta. É uma família com um macho, duas fêmeas e cinco filhotes (três fêmeas), sendo que um nasceu em dezembro de 2022 e o outro nasceu nesta semana. Todos fizeram exames criteriosos para garantir que estão saudáveis e foram vacinados contra febre amarela. São protocolos que ajudam, inclusive, a proteger a floresta garantindo a entrada de animais com boas condições de saúde”, explica o biólogo.

Segundo Viviane Lasmar, chefe do Parque Nacional da Tijuca, é essencial que, uma vez que os bugios estejam soltos, daqui a alguns meses, o público se torne um parceiro, principalmente na questão da alimentação. “Os visitantes e os moradores do entorno do Parque podem colaborar evitando dar alimentos para a fauna silvestre. Não oferecer alimento e nem água para os bichos é fundamental para ajudar na conservação das nossas espécies”, reforça Viviane.

Atualmente são identificados no Parque Nacional da Tijuca mais de 230 espécies de animais. Estão lá o macaco-prego, quati, cutia, cachorro do mato, sagui, tucano, jacu, sabia e beija-flor, entre outros. De acordo com o Refauna, um dos indicadores do sucesso da reintrodução dos bugios ao Parque é a alta taxa de reprodução dos casais introduzidos a partir de 2015, o que indica boas condições ambientais.


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