A Marinha do Brasil já está operando o Estaleiro de Manutenção (ESM), no Complexo Naval de Itaguaí, a cerca de 40 km ao sul da cidade do Rio. As instalações, entregues em 8 de maio pela OEC (empresa sucessora da Odebrecht), com 30 mil metros quadrados, são consideradas mais um avanço industrial no âmbito do Prosub (Programa de Submarinos).
Além do ESM, também foram entregues um Pátio de Manobras, destinado à docagem de até dois submarinos em área coberta e descoberta, e o Cais de número 11, com capacidade para atracação de submarinos e navios em manutenção, segundo a Agência Marinha de Notícias.
O Prosub e o Complexo Naval de Itaguaí se tornaram possíveis graças ao acordo de transferência tecnológica assinado em 2008, entre o Brasil e a França, por iniciativa de Lula, então em seu segundo mandato na Presidência da República. Pelo acordo, a Marinha brasileira colocou em andamento um programa para a construção de quatro submarinos convencionais, diesel-elétricos, e de um submarino com propulsão nuclear.
De acordo com Pedro Moreira, diretor de Contrato da OEC no Prosub, a empresa “teve o privilégio de projetar, construir e equipar o novo Estaleiro de Manutenção da Marinha. Além do nosso orgulho em fazer parte deste momento histórico, parabenizamos a Marinha pelo avanço na modernização de suas estruturas para o bem da defesa nacional”.
A infraestrutura entregue à Marinha conta com oficinas de mecânica, usinagem, tubulações, eletromecânica, pintura, hidráulica e sala de testes. A instalação tem capacidade para inspecionar, testar, reparar e realizar a manutenção dos equipamentos e sistemas dos submarinos convencionais, assim como dos componentes e conjuntos de equipamentos não irradiados do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear.
Instalações da Marinha estão entre as mais modernas do mundo
Para a Marinha, as novas instalações são um “um passo importante para o fortalecimento da indústria naval brasileira”, criando também oportunidades de geração de negócios e desenvolvimento tecnológico, o que pode impulsionar o crescimento econômico no Rio.
Estão previstas, ainda para este ano, as entregas de uma bancada de teste de bombas hidráulicas e duas salas limpas, com atmosfera controlada, destinadas à manutenção de componentes hidráulicos, sem que haja risco de contaminação, segundo a Marinha.
O primeiro dos quatro submarinos convencionais, o Riachuelo, já está em operação, entregue à Marinha em setembro de 2022. Os testes operacionais no mar do Humaitá, segundo submarino do acordo com a França, já foram iniciados, com previsão de entrega até o final de 2023, bem como o lançamento ao mar do terceiro, o Tonelero. Recentemente, a Marinha realizou a transferência de seções do quarto submarino, o Angostura, da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas para o Estaleiro de Construção, com previsão de entrega até o final de 2025.