O Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, espera fechar este ano com novo recorde no valor transportado de cargas, ultrapassando a marca de US$ 12 bilhões, com crescimento de 10% em relação a 2023. Esse desempenho é consequência da regulação dos voos no espaço aéreo do Rio, que transferiu para este aeroporto a maior parte das linhas nacionais que operavam no Santos Dumont.
Com a transferência das linhas nacionais, o Galeão recebeu mais passageiros e pode atrair novas rotas internacionais, pelas quais são feitas as operações com cargas áreas no comércio exterior. Isso não acontecia no Santos Dumont, que não possui estrutura nem espaço para esses serviços.
Galeão já tem 70% dos voos nacionais
A falta de regulação no espaço aéreo do Rio foi uma política imposta pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) há mais de dez anos. Isso levou o Galeão quase à falência. Mas desde 2021, um movimento unindo vários setores do Rio se formou em defesa do Aeroporto Internacional, obtendo a vitória no Governo Lula, em 2023. Até o ano passado, 80% da malha doméstica estava concentrada no Santos Dumont. Este ano, com a vigência plena da nova regulação, 70% dos voos locais já estão no Galeão e 30%, no Santos Dumont.
Com isso ganha a economia do Rio, pois o aumento do volume de cargas no Galeão diminui o valor do frete e beneficia as empresas que precisam operar com o transporte aéreo de produtos. O frete para encomendas com origem nos Estados Unidos ficou 25% mais barato nos dois primeiros meses do ano, comparando com o mesmo período de 2023. A retomada de rotas pela Delta, que estabeleceu voos regulares para Atlanta e uma rota sazonal para NovaYork, no fim de 2023, contribuiu para a redução das tarifas.
Segundo a concessionária RioGaleão, o Galeão disputa mercado com os aeroportos de Viracopos, em Campinas, e de Cumbica, em Guarulhos, ambos em São Paulo. O terminal carioca recebe cerca de 30% das importações do Estado. As remessas atendem a diferentes setores da economia, como o de reparos de avião, o farmacêutico, o de máquinas e equipamentos e a indústria de óleo e gás.
O Aeroporto Internacional do Galeão é administrado pela RioGaleão desde 2014, empresa controlada pela Changi Airports, de Cingapura, que detém 51% de participação na concessionária. Os 49% restantes estão com a Infraero.