Coco: cresce produção no Rio, grande importador do fruto | Diário do Porto


Agricultura

Coco: cresce produção no Rio, grande importador do fruto

Segundo maior consumidor de água de coco do país, Rio é só o décimo produtor. Há grande potencial local para esse setor do agronegócio

2 de maio de 2024

Coco teve aumento de produção no Rio, mas estado ainda tem muito potencial para a expansão do negócio (foto: Arquivo pessoal de Luiz Eduardo Aroxellas)

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O Rio de Janeiro é o segundo consumidor nacional de água de coco, mas é apenas o décimo produtor. Essa é uma das potencialidades do agronegócio fluminense, que está vendo um recente crescimento da produção local.  No ano passado, o Estado chegou a 14,5 milhões de frutos, superando os 13,9 milhões de 2022.

Quem aponta esse aumento da produção de água de coco é a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio). E não faltam razões para o Rio melhorar sua posição no ranking dos produtores, liderado atualmente pelo Ceará e a Bahia. Entre as vantagens do Rio, está o fato de as áreas de produção de coco estarem próximas do mercado consumidor, principalmente a cidade do Rio. Isso permite que o coco seja consumido no mesmo dia em que é colhido. 

A Emater-Rio diz que a produção de coco no Estado teve seu melhor momento entre os anos 1990 e 2010. Mas o excesso de oferta, com o crescimento do plantio, fez os preços caírem e induziu muitos produtores a saírem do mercado. Entre 2010 a 2023, o número de produtores caiu de 1.835 para 628. E a área cultivada foi reduzida de 4,1 mil hectares em 2010 para 1,6 mil hectares no ano passado.

Coco: Rio é um grande importador

Com a queda da produção local, a grande demanda do Rio por água de coco passou a ser coberta por importação dos frutos de outros Estados. O fenômeno acontece também com outros produtos agrícolas, nos quais os fluminenses são grandes consumidores e, no entanto, ficam em posições muito apagadas entre os produtores nacionais. Esse é um tema constante das discussões no grupo Coalizão Rio, composto po empresários e líderes políticos do Estado.

A elevação do preço da água de coco no mercado tem aumentado os ganhos dos atuais produtores do Estado do Rio, o que vem estimulando investimentos na ampliação do plantio e também na industrialização do produto, o que faz crescer as margens de lucro. Produtores relatam que, enquanto recebem cerca de R$ 2,00 por fruto, conseguem R$ 6,00 quando o mesmo é envazado.

A consultoria internacional Mordor Intelligence afirma que o mercado mundial de água de coco deverá atingir US$ 2,84 bilhões neste ano. Já um estudo do Banco do Nordeste prevê que até 2027 o mercado mundial da bebida deve movimentar US$ 6,81 bilhões, com crescimento médio de 18% ao ano. As análises indicam boas oportunidades para o Rio e para o Brasil que é o principal produtor da bebida.


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