A APA (Área de Proteção Ambiental) de Guapi-Mirim, nos fundos da Baía de Guanabara vai completar 40 anos em setembro, recebendo de presente um acréscimo de 149 mil mudas de mangue. O plantio foi realizado nos últimos dois anos pelo Instituto Terra de Preservação Ambiental (ITPA), e ocupa uma área de 60 hectares, o que corresponde a 60 campos de futebol.
Criada em 1984, a APA de Guapi-Mirim conserva a última reserva que ainda tem as características originais da Baía de Guanabara. Entremeada por rios que desaguam na Baía, florestas alagadas e vegetação de mangue, a área abriga 242 espécies de aves, 167 de peixes, 34 de répteis e 32 espécies de mamíferos.
Para a realização do plantio das mudas, a APA de Guapi-Mirim empregou pescadores e caranguejeiros que vivem das atividades extrativistas, dos municípios ao seu redor. Atualmente, o projeto está na fase de manutenção das mudas, para garantir que haja sucesso no plantio, até 2026.
O projeto faz parte do programa Florestas do Amanhã (FDA) do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea). O FDA aprovou R$ 2,4 milhões para o ITPA realizar o projeto, com recursos vindos da Petrobras, destinados à restauração florestal nas áreas que sofreram impacto pela construção do Polo Gaslub de Itaboraí, novo nome do Comperj.
APA de Guapi-Mirim tem segundo projeto de restauração de mangues
E ainda neste ano, o ITPA iniciará seu segundo projeto de restauração de mangue na APA de Guapi-Mirim, selecionado no programa Floresta Viva, iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que tem como gestor o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
Com um orçamento de R$ 4,7 milhões, deve ser realizada a restauração de mais 201 hectares de vegetação de mangue pelo ITPA, com previsão de término em quatro anos.
A APA, com 13.950 hectates, abrange parte dos municípios de Guapimirim, Itaboraí, São Gonçalo e Magé. Em 2006, foi criado um “braço” da APA para proteger exclusivamente a área de manguezais, a Estação Ecológica da Guanabara. Tem como objetivo também continuar assegurando a sobrevivência de vizinhos do ecossistema, como os pescadores artesanais. A Estação e a APA de Guapi-Mirim são administrados pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Ambiente.