A casa em que viveu o homem que criou o lema “Ordem e Progresso” está reabrindo as portas para a visitação pública. Depois de seis anos em obras de restauração, o Museu Casa de Benjamin Constant, em Santa Teresa, vai mostrar como viveu o militar que foi chamado de o “Fundador da República”, por ter sido um dos articuladores do golpe que derrubou o imperador Dom Pedro 2º, em 1889.

Benjamin Constant, que chegou ao posto de general, era um admirador das ideias do filósofo francês Auguste Comte, que criou o Positivismo. Entre as máximas desse sistema de pensamento está a frase “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”, que o militar brasileiro resumiu em duas palavras, para ser o lema da Bandeira Nacional.

Benjamin Constant atuou na Guerra do Paraguai

A casa museu de Santa Teresa, construída em 1861, guarda objetos pessoais e da família de Benjamin Constant, além de documentos da época em que ele foi um ativista republicano. Ele só foi morar no local no ano da Proclamação da República, tendo morrido dois anos depois, aos 54 anos, com sequelas de malária adquirida durante a Guerra do Paraguai (1864 a 1870).

No local, a direção do museu abriu a mostra temporária “Um mapa para a República”. Montada em parceria com o Museu de Astronomia e Ciências Afins, a exposição mostra as pesquisas científicas que resultaram no mapa do território brasileiro. Há também uma intervenção artística de Fernando Viana, com a curadoria de Isabel Portella.

A revitalização do museu custou cerca de R$ 7,1 milhões e abrangeu duas casas históricas, que estão em área de cerca de dez mil metros quadrados, dentro da APA (Área de Preservação Ambiental) do bairro. Todo o terreno compõe uma antiga chácara, alugada por Benjamin Constant, e que, depois de sua morte, foi comprada pelo Governo Federal, passando a integrar o patrimônio da União.

Segundo a diretora do Museu Casa de Benjamin Constant, Elaine Carrilho, a revitalização foi a maior que o espaço já recebeu. Ela afirma que foram construídas ainda uma passarela para pedestres e uma rampa para acesso ao platô inferior do parque, uma área a que antes a população não tinha acesso.

A curadora da mostra de reinauguração, Isabel Portella, diz que os visitantes terão também a oportunidade de uma experiência sensorial olfativa. “É uma casa de família do século XIX, e a cozinha daquela época era marcada por muitos temperos, cheiros, legumes e proteínas. Trazemos esse sentido para a mostra, que faz uma revisitação àquele período”, afirma.