UFRJ pesquisa remédio que pode recuperar tetraplégicos | Diário do Porto


Inovação

UFRJ pesquisa remédio que pode recuperar tetraplégicos

A polilaminina, substância desenvolvida na UFRJ, agora aguarda autorização da Anvisa para ampliação das pesquisas

19 de setembro de 2025

Após receber o medicamento desenvolvido pela UFRJ, o bancário Bruno Drummond de Freitas recuperou os movimentos. Ele havia ficado tetraplégico em um acidente de carro (foto: arquivo pessoal)

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Pesquisa desenvolvida na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) promete desenvolver um medicamento, inédito mundialmente, que pode devolver o movimento do corpo a pessoas que tiveram lesões na medula. Essa nova substância é a polilaminina, que agora vem sendo estudada para uso geral pelo laboratório Cristália, que tem sua sede no interior de São Paulo.

Durante a fase experimental, pacientes lesionados que receberam o medicamento recuperaram os movimentos, total ou parcialmente. Um caso emblemático é o do bancário Bruno Drummond de Freitas¸de 30 anos. Ele sofreu um grave acidente de carro que causou uma lesão cervical completa e o deixou tetraplégico, sem movimentos dos membros. Duas semanas após a aplicação da polilaminina, começou a se recuperar e hoje se movimenta plenamente.

Em reportagem da Agência Brasil, a pesquisadora da UFRJ Tatiana Coelho de Sampaio, responsável pelo projeto que já tem 25 anos, explicou que o novo medicamento tem como base uma proteína natural, a laminina, que atua no sistema nervoso estimulando os axônios, prolongamentos dos neurônios que auxiliam nos movimentos do corpo. Ainda não existe previsão de liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável pela autorização de medicamentos no Brasil, e também não há estimativas de custos do tratamento.

UFRJ tem destaque na produção científica

“A laminina, já se sabia há muito tempo que ela tinha esse papel, e o que nós fizemos foi desenvolver uma forma de fazer a laminina ficar mais potente para fazer essa função”, diz a pesquisadora da UFRJ, que aguarda a autorização da Anvisa para a realização do estudo clínico regulatório ampliado do remédio.

“Agora a gente precisa testar esse produto exatamente em um novo estudo clínico, bastante semelhante ao que nós fizemos antes, apenas para lesões na fase aguda, nos primeiros dias, para confirmar a segurança e as evidências de eficácia desse tratamento”, afirma Tatiana.

Reconhecida como uma das maiores instituições de ensino superior do país, a UFRJ se destaca pela sua produção científica e infraestrutura de pesquisa. Em 2024, aproximadamente 6.500 pesquisas foram apresentadas durante a 13ª Semana de Pós-Graduação, evento acadêmico de maior porte da universidade. A UFRJ tem destaque em áreas como saúde, energia, meio ambiente, inovação tecnológica e ciências humanas.


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