Teatro Municipal Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, Centro, foi reaberto após dois anos interditado para reformas. O espaço pertence à Prefeitura do Rio desde 1988, e por meio das secretarias municipais de Cultura e de Infraestrutura recebeu um investimento de mais R$ 16 milhões na obra de revitalização. Dois espetáculos já estão programados para a nova temporada.
As obras incluíram a recuperação da fachada, revitalização dos salões Guarani e Paraíso, reforma nos camarins e adaptações para acessibilidade. Os sistemas de climatização e combate a incêndios foram renovados, e houve a modernização dos elevadores e recuperação das instalações elétricas, hidráulicas, camarins, salas técnicas e nova configuração da plateia e balcões. O Teatro Carlos Gomes também recebeu uma estrutura tecnológica com áreas de coworking, rede wi-fi, cafeteria e copa.
A reabertura foi na segunda-feira (01), com a entrega do 18º Prêmio APTR, voltado para o trabalho de profissionais de teatro de todo o Brasil. E a partir do dia 25 de julho, o Teatro Carlos Gomes dá início à temporada com o espetáculo “Bibi, uma Vida em Musical”, que vai ficar em cartaz até 18 de agosto, seguido pelo musical “Cor Púrpura”.
LEIA TAMBÉM:
Em Maricá, moeda social Mumbuca chega a 133 mil usuários
Jubartes fazem inédito canto do acasalamento no Rio
ADPF 635: empresários do RJ criticam STF e elogiam policiais
O espaço tem 152 anos. Foi inaugurado em 1872, como Casino Franco-Brêsilie. Sempre foi de propriedade particular, e na época pertencia ao político de João Bráulio Muniz. Oito anos depois, após ser reformado, virou o Theatro Sant’Anna, em homenagem à esposa do novo proprietário, Pedro Ferreira de Oliveira Amorim.
Na época era um dos palcos mais importantes do Rio de Janeiro. Foi saindo de lá que o imperador D. Pedro II foi alvo de um atentado, em 15 de julho de 1889. Naquela noite, se apresentava a jovem violinista italiana Giulietta Dionesi, e a peça Escola de Maridos (1661), do célebre dramaturgo francês Molièrea. No final da noite, quando D. Pedro deixava o local, tiros foram disparados em direção à carruagem imperial, que passava em frente ao restaurante Maison Moderne.
O nome atual veio no começo do século XX, em 1904, quando o teatro foi adquirido pelo empresário Paschoal Segreto, e foi nomeado em homenagem ao compositor Carlos Gomes, autor da ópera “O Guarani”. Nesta época, o teatro ganhou uma aspecto mais próximo ao que conhecemos da night carioca atualmente, com o bar Tiro Federal, montado no pátio, com mesas e cadeiras da Brahma.
Em 1929, o Teatro Carlos Gomes sofreu o primeiro incêndio. Restaram apenas as colunas de ferro, que sustentavam a base do teatro. A causa foi atribuída a um maçarico, que um funcionário da Light usava para fazer reparos. Foi demolido, e reinaugurado em 1932 no estilo art-déco, típico da época. Depois, em 1950 e 1960, o teatro passou por mais dois incêndios.
O edifício foi tombado pelo município e faz parte dos Circuitos do Patrimônio Cultural do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). O pedido foi feito em 1984, quando o teatro quase foi demolido para a construção de um hotel. A última grande reforma do Teatro Carlos Gomes havia sido em 1992, já sob o comando da Prefeitura.