A morte da publicitária brasileira Juliana Marins, 26 anos, em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, reacendeu o tema da falta de segurança em rotas turísticas e lançou uma sombra diplomática às vésperas da cúpula do BRICS, que será realizado entre os dias 4 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.
A grave crise ocorre poucos dias antes da viagem do presidente indonésio Prabowo Subianto ao Brasil, para participar da cúpula dos países do BRICS. A Indonésia tornou-se membro pleno do bloco em janeiro — composto pelo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. No grupo, é apontada como a maior economia e população do Sudeste Asiático, com seus 275 milhões de habitantes.
A expectativa é de que a agenda do presidente Prabowo no Brasil inclua iniciativas para esclarecer o ocorrido, mostrar as providências que serão tomadas e tentar diminuir o desgaste. O governo brasileiro, antes da confirmação da morte da brasileira, teria cobrado uma postura mais firme no resgate “no mais alto nível”, numa referência direta ao chefe de Estado.
Indonésia disse que terreno e clima dificultaram resgate
Juliana escorregou durante a trilha, no último dia 20, despencando em um precipício de cerca de 300 metros. Seu corpo só foi resgatado mais de quatro dias depois, sem que equipes de socorristas tivessem chegado antes para mantê-la viva. As autoridades da Indonésia afirmaram que as condições do terreno e do clima retardaram os trabalhos de resgate.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou “profundo pesar” pela tragédia e destacou que a embaixada em Jacarta “mobilizou autoridades locais no mais alto nível”para auxiliar nas buscas e prestar apoio consular à família. No Twitter (X), o presidente Lula manifestou profunda tristeza e reiterou o apoio às equipes diplomáticas brasileiras na Indonésia.
A repercussão do caso foi intensamente sentida nas redes sociais: brasileiros invadiram o perfil do presidente da Indonésia no Instagram, criticando a lentidão no resgate e supostas informações contraditórias fornecidas pelas autoridades locais.