Encontrados rastros de ocupação humana há 8 mil anos em Niterói | Diário do Porto


Sociedade

Encontrados rastros de ocupação humana há 8 mil anos em Niterói

Escavações na Lagoa de Itaipu, em Niterói, revelam ocupação humana de diferentes períodos ao longo de oito mil anos

23 de janeiro de 2025

Pesquisadores encontram vestígios de ocupação humana em Sítio Arqueológico em Niterói - Foto: Nupai e Uerj

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Pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Arqueológicas Indígenas (NuPAI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) encontraram vestígios de ocupação humana de até oito mil anos no Complexo Arqueológico Lagoa de Itaipu, em Niterói.

Após explorações realizadas nas décadas de 1960 e 1970, os estudos foram retomados em 2022. As escavações foram concluídas em dezembro de 2024. Durante o processo, os pesquisadores identificaram que o entorno da Lagoa de Itaipu foi ocupado ao longo de diferentes períodos.

“Costumávamos acreditar que alguns desses locais seriam sítios mais recentes, e outros seriam mais antigos. Agora percebemos que, mesmo nos locais que pareciam mais recentes, encontramos artefatos com datas antigas, e, nos locais que pareciam mais antigos, também verificamos artefatos com datas recentes, evidenciando que a ocupação se deu em todo o entorno da lagoa ao longo do tempo”, disse Anderson Marques Garcia, professor e um dos coordenadores do NuPAI

Vestígios encontrados em Niterói

Entre os artefatos encontrados estão pedras lascadas, conchas, dentes de tubarão e arraias, além de materiais carbonizados que podem estar associados a fogueiras. Também foram identificadas lascas de quartzo, utilizadas para cortar e raspar alimentos, e uma mão de mó, peça usada para moer alimentos, que se encaixa em um almofariz escavado nos anos 1960. As escavações ocorreram entre 40 centímetros e um metro de profundidade. 

“Esperamos com esta pesquisa contribuir para o debate e para um maior conhecimento sobre os povos originários que habitavam a atual Região Oceânica de Niterói e, da mesma forma, contribuir para propostas futuras de educação patrimonial”, disse Anderson Marques Garcia.

As descobertas reforçam a hipótese de que a Lagoa de Itaipu serviu como centro de vida social para os povos que habitaram a região. Os artefatos serão analisados pela Uerj antes de serem encaminhados ao Museu de Arqueologia de Itaipu.


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