Para o Secovi Rio, despoluir a Baía de Guanabara é essencial | Diário do Porto


Saneamento

Para o Secovi Rio, despoluir a Baía de Guanabara é essencial

Em entrevista, presidente do Secovi Rio, Pedro Wähmann, reflete sobre os impactos da despoluição da Baía, promessa que já tem 30 anos

23 de março de 2023

Pedro Wähmann, presidente do Secovi Rio (foto: divulgação)

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A despoluição da Baía da Guanabara, quando for totalmente efetivada, será um fator que vai impulsionar a valorização imobiliária no seu entorno, ao mesmo tempo em que irá melhorar a qualidade de vida dos moradores próximos e impulsionar o turismo. Isso é o que disse o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), Pedro Wähmann, em entrevista ao DIÁRIO DO PORTO.

Wähmann afirma que, caso a despoluição seja cumprida, o ganho imediato virá na forma de maiores oportunidades de lazer. “A despoluição da Baía de Guanabara melhorará a qualidade de vida no Rio. A Baía é linda, e seria mais um polo de lazer e até de atração turística”, disse o presidente do Secovi Rio.

Mas ele ressalta que o desafio de despoluir a Baía de Guanabara já se arrasta há quase 30 anos e o seu sucesso depende da mobilização dos moradores do entorno. “Estou esperando a despoluição da baía, mas acho que precisa ser uma exigência da população do Rio. Depende de tempo e vontade política”, afirmou. Ele lembra que o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) foi concebido no início da década de 90, e desde então passou por inúmeros obstáculos que impediram avanços significativos.

Poluição na Baía de Guanabara (foto:Agência Brasil)

Atualmente, grande parte dos quase 9 milhões de moradores dos municípios vizinhos da baía não têm tratamento de esgoto. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), quase cem toneladas de lixo são despejadas na baía todos os dias

Nos compromissos assumidos para os Jogos Olímpicos de 2016, o Governo do Estado do Rio prometeu despoluir 80% da Baía, cujas águas vêm de 17 municípios da região metropolitana. O objetivo não foi cumprido na época, e continua pendente.

Em 2019, planos para resgatar este potencial foram discutidos pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), junto ao Instituto Niemeyer, os Ministérios da Cidade e do Turismo e a Prefeitura do Rio.


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Os planos exploravam as possibilidades de atividades econômicas na Baía, como as relacionadas ao segmento turístico. Um levantamento do Movimento Baía Viva indicou, em 2018, que o descaso com a poluição causa prejuízos na saúde, no turismo e no transporte para o Estado, estimados na época em cerca de R$ 50 bilhões ao ano.

Desde 2021, o saneamento da Baía de Guanabara está sob responsabilidade da concessionária Água do Rio, que promete um investimento de aproximadamente R$ 15 bilhões para cumprir o objetivo.

Os primeiros resultados, embora tímidos, já são comemorados. Análises laboratoriais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), indicaram uma melhora na balneabilidade na Baía de Guanabara. Algumas praias da Ilha de Paquetá, como Imbuca, Moreninha e José Bonifácio, foram consideradas próprias para banho no início deste ano.