Novo submarino da Marinha faz testes de torpedos | Diário do Porto


Inovação

Novo submarino da Marinha faz testes de torpedos

O submarino Tonelero é o terceiro dos quatro modelos convencionais do Prosub, uma parceria firmada por Lula, entre Brasil e França, em 2008

27 de julho de 2025

O Tonelero, construído no Complexo Naval e Industrial de Itaguaí (CNI), a 70 km do Centro do Rio, vem cumprindo seu cronograma de testes (foto: Marinha do Brasil / Divulgação)

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O submarino Tonelero (S42), parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil, realizou na semana passada o lançamento de um torpedo de exercício, etapa essencial para sua incorporação ao serviço de defesa do território marítimo brasileiro.

O Tonelero, construído no Complexo Naval e Industrial de Itaguaí (CNI), a 70 km do Centro do Rio, vem cumprindo seu cronograma de testes. Desde outubro do ano passado, quando realizou a imersão estática, fase crítica para o cálculo de estabilidade, o submarino tem avançado em sua certificação técnica. Ao todo, já foram nove saídas ao mar sem interrupções para reparos.

Segundo Renaud Poyet, diretor-presidente da Itaguaí Construções Navais (ICN), esse desempenho é fruto da evolução técnica das equipes envolvidas no projeto.

Submarino é um marco para a indústria naval brasileira

O submarino Tonelero foi lançado oficialmente ao mar em 2024, em cerimônia realizada no CNI com a presença dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e Emmanuel Macron, da França. O Tonelero é o terceiro dos quatro modelos convencionais previstos no Prosub, uma parceria firmada entre Brasil e França em 2008.

Com 71 metros de comprimento, o Tonelero conta com seis tubos de armas, sendo capaz de lançar torpedos, mísseis e minas. Seu sistema de combate integra sensores acústicos, eletro-ópticos e dispositivos de guerra eletrônica, o que lhe confere grande capacidade tática. A embarcação opera com quatro motores a diesel e um elétrico, tem autonomia superior a 70 dias e pode mergulhar a mais de 250 metros de profundidade. Sua tripulação é formada por 35 militares, sendo oito oficiais e 27 praças.

O Prosub já consumiu cerca de R$ 40 bilhões desde sua criação por Lula, em 2008, e prevê não apenas os quatro submarinos convencionais (dois dos quais — Riachuelo e Humaitá — já foram incorporados à frota), como também o Álvaro Alberto, o primeiro submarino brasileiro de propulsão nuclear, cujo projeto só deve ser concluído na próxima década.

Segundo a Marinha, os investimentos têm como objetivo garantir a soberania sobre a chamada Amazônia Azul, área de 5,7 milhões de km² que compreende o mar territorial e a Zona Econômica Exclusiva do Brasil. A Marinha sustenta que a nova frota de submarinos é essencial para garantir a “negação do uso do mar” por forças hostis, em linha com o papel geopolítico do país e o tamanho de sua costa atlântica.


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