A MRS, concessionária de transporte por ferrovias, deve iniciar no próximo ano as obras para levar seus trilhos até dentro do Porto do Rio, em área próxima aos galpões históricos, na frente do bairro do Santo Cristo. Segundo a PortosRio, empresa estatal que gere o porto, os trens poderão transportar, por exemplo, contêineres, produtos siderúrgicos, ferro gusa e concentrado de zinco, estando excluído o minério de ferro.
O anúncio de que haverá a extensão da linha férrea foi feito no ano passado pela MRS, que previa investir R$ 150 milhões para as obras, com conclusão até 2027. Atualmente, os trens da empresa chegam até as proximidades do porto, quando então suas cargas são colocadas em caminhões que as levam até os navios. Com a linha férrea, essa operação será agilizada, pois um só trem tem capacidade para transportar a mesma carga de 140 caminhões.
De acordo com a PortosRio, as exportações de minério de ferro continuarão a ser feitas exclusivamente pelo Porto de Itaguaí, na Baía de Sepetiba. Naquele porto, também administrado pela estatal portuária, são frequentes as reclamações de que há poluição do ar e do mar, durante as operações de embarque de minério nos navios.
Porto do Rio será “mais eficiente e competitivo”
As obras de expansão da linha férrea da MRS no Porto do Rio fazem parte da contrapartida da empresa pela prorrogação de sua concessão por mais 30 anos, a partir do término do atual contrato, em 2026. O plano foi aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no ano passado. A concessão da MRS é de responsabilidade do Governo Federal.
Em nota para o DIÁRIO DO PORTO, a PortosRio afirma que a obra “busca melhorar a infraestrutura de acesso ferroviário ao Porto do Rio de Janeiro, tornando-o mais eficiente e competitivo, reduzindo assim os custos logísticos da cadeia de comércio exterior. Dessa forma, o porto melhora também sua logística interna e fomenta a movimentação de cargas por esse modal”.
No ano passado, Rosa Cassar, gerente-geral de Relações Institucionais da MRS afirmou que a empresa estava em fase de detalhamento dos projetos. Mas adiantou que seriam mantidos os galões tombados pelo patrimônio histórico, dentro da área portuária.