A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) concedeu autorização para que a GOL realize decolagem por instrumentos no Aeroporto Santos Dumont, em situações de teto zero, com nuvens sobre as pistas do terminal. Segundo a empresa aérea, isso deve evitar atrasos e cancelamentos de voos, principalmente durante o inverno, quando é comum que nevoeiros interditem o aeroporto central da cidade.
Os procedimentos especiais de decolagem por instrumentos foram desenvolvidos pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Força Aérea Brasileira). O objetivo é possibilitar decolagens em segurança, mesmo em condições meteorológicas restritivas de teto e visibilidade.
Em dias normais, as decolagens no Santos Dumont podem ocorrer apenas quando as condições meteorológicas apresentam o mínimo de 700 pés de teto (cerca de 213 metros de altura das nuvens) e 4.000 metros de visibilidade. O novo procedimento que será usado pela GOL possibilita decolagens com teto zero e apenas 800 metros de visibilidade.
GOL treinará todos os pilotos até maio
O processo de certificação da GOL no novo procedimento iniciou em 2023, com a participação da Anac, Boeing e Alta (Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo). Para a obtenção da certificação final, foram necessárias modificações em manuais e procedimentos operacionais, testes e demonstrações em simuladores de voo, treinamentos teóricos e práticos para pilotos, além de um período de validação e análise de dados obtidos em operações reais no aeroporto.
Os pilotos que operam no Santos Dumont passam por treinamentos específicos para as condições especiais do aeroporto, cujas pistas estão nas margens da Baía de Guanabara. De acordo com a GOL, até o final de maio, todos estarão qualificados para o novo procedimento.