Gênero e sexualidade viram assunto nos palcos em janeiro | Diário do Porto


Teatro

Gênero e sexualidade viram assunto nos palcos em janeiro

Monólogo da atriz Christiana Guinle aborda gênero, preconceito e liberdade no Teatro Glauce Rocha em janeiro. Ingressos a partir de R$20.

6 de janeiro de 2024

Christiana Guinle passou a falar abertamente sobre gênero aos 57 anos. (Foto: Junior Mandriola)

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Depois de uma curta temporada em 2023, a atriz Christiana Guinle retorna ao Teatro Glauce Rocha, no Centro, com o monólogo gênero: livre. Inspirada na vida da artista de gênero fluido, a peça reflete sobre padrões de comportamento masculinos e femininos e vai estar em exibição de 17 de janeiro a 8 de fevereiro, às quartas e quintas-feiras, 19h.

O espetáculo reúne biografias, reportagens, músicas e relatos pessoais da atriz e da equipe criativa, para debater preconceitos arraigados na sociedade e liberdade em um mundo pós-gênero. O texto é do roteirista Pedro Henrique Lopes e a direção de Ernesto Piccolo.

O projeto teve início na pandemia, quando Piccolo e Christiana, amigos há 40 anos, decidiram trabalhar juntos pela primeira vez. A atriz sugeriu uma obra que resgatasse o próprio processo de entendimento da sua identidade sexual e de gênero. A ideia é utilizar a trajetória de Guinle para retratar um mundo que evoluiu nas discussões sobre o tema, mas ainda insiste em rótulos.

“Durante minha juventude, eu não tinha muitas referências de pessoas que se identificassem como fluidas. Eu tentava entender minha própria identidade. A descoberta da não-binariedade, e a possibilidade de transitar entre os gêneros foram libertadoras e perturbadoras”, conta Christiana. “Contei toda a minha história para o Pedro, que usou as minhas memórias para escrever um espetáculo sobre o respeito às nossas próprias individualidades. Queremos falar do corpo sem gênero. Das roupas sem gênero. Do sexo sem gênero”. 


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A peça “gênero: livre”

A peça passeia não só pela história de Christiana Guinle, mas resgata personagens importantes no debate da fluidez de gênero: o escritor Thomas Baty (1869-1954), também conhecido pelo nome Irene Clyde, umas das primeiras pessoas documentadas como “não-binárie”; a atriz Rogéria (1943-2017), transformista e amiga pessoal que contracenou com Christiana; o ícone drag Kaká Di Polly, famosa nos anos 1980 e 1990; a modelo trans Roberta Close, e muitas outras figuras que contribuíram para a evolução do imaginário social brasileiro acerca do gênero.

“As pautas identitárias no teatro são um reflexo das discussões frequentes na sociedade hoje. As pessoas estão querendo ver também em cena narrativas que falem da igualdade de gênero, combate ao racismo, sexualidade e preservação ambiental. Mas as discussões sobre gênero fluido ainda não são tão frequentes em cena”, declara o roteirista Pedro Henrique Lopes.

O espetáculo é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, pela Secretaria Municipal de Cultura e pela Rede D’OR, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.

 

“gênero:livre”

Temporada: De 17/01 a 08/02

Dias e horários: quartas e quintas, às 19h.

Endereço: Teatro Glauce Rocha – Av. Rio Branco, 179, Centro. 

Classificação: 12 anos

Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada).

Adquira os ingressos pelo Sympla (https://bileto.sympla.com.br/event/90095/d/233670) ou bilheteria do teatro