Família de bugios é avistada em Quissamã, no Norte do RJ | Diário do Porto


Meio Ambiente

Família de bugios é avistada em Quissamã, no Norte do RJ

Presença de bugios indica qualidade ambiental, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Espécie é considerada vulnerável

11 de julho de 2025

A família de bugios avistada em Quissamã tem um macho, uma fêmea e um filhote (foto: Inea / Samir Mansur)

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Uma família de bugios, composta por um macho, uma fêmea e um filhote, foi avistada no último dia 29 de junho em uma área de floresta no município de Quissamã, no Norte do Rio de Janeiro. O flagrante foi feito por Samir Mansur, gestor do Parque Estadual da Lagoa do Açu, enquanto se deslocava até a unidade de conservação administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Classificada como “vulnerável” pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a espécie enfrenta um acentuado declínio populacional causado, principalmente, por surtos de febre amarela e pela perda de habitat. O registro de uma família com filhote representa um importante sinal de que o ambiente ainda oferece condições adequadas de segurança e alimento para a reprodução e a sobrevivência da espécie.

“Registros como esse permitem aos pesquisadores realizar estimativas populacionais mais precisas, avaliar a qualidade do habitat e, crucialmente, identificar áreas prioritárias para conservação. Locais com ocorrência de grupos reprodutivos devem ser focos para a implementação de medidas protetivas”, destacou Mansur. Ele aponta a criação de novas unidades de conservação, restauração ecológica e corredores de conectividade como ações essenciais para garantir o fluxo gênico e a vitalidade das populações.

Nativo da Mata Atlântica, o bugio-ruivo tem papel ecológico fundamental na regeneração das florestas, já que atua como dispersor de sementes. O animal vive em grupos e raramente desce ao solo, preferindo a copa das árvores, onde se locomove com o auxílio de uma cauda preênsil. Sua dieta é composta principalmente por folhas, frutos e flores.

Bugios pode viver até 20 anos na natureza

Outra característica marcante da espécie é a vocalização potente, que pode ser ouvida a vários quilômetros de distância e funciona como forma de comunicação entre os grupos, especialmente para a demarcação de território.

Os bugios-ruivos podem atingir até 70 cm de comprimento, com a cauda chegando a 90 cm, e pesar entre 4 e 8 kg, dependendo do sexo. A expectativa de vida varia entre 15 e 20 anos na natureza. A espécie ocorre do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, sendo encontrada principalmente em remanescentes florestais da Mata Atlântica.

A presença da família em Quissamã, segundo especialistas, é um indicativo de que esforços locais de preservação têm surtido efeito. O registro fortalece a importância da proteção dos habitats naturais como estratégia central para a conservação da biodiversidade fluminense.


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