Em Maricá, é descoberta nova árvore frutífera | Diário do Porto


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Em Maricá, é descoberta nova árvore frutífera

Na Pedra de Itaocaia, em Maricá, pesquisadores encontraram árvore parente da jabuticabeira, único exemplar da espécie conhecido até agora

20 de agosto de 2024

Em Maricá, nova árvore frutífera seria a única existente no mundo, segundo os pesquisadores (foto: Jardim Botânico / Thiago Fernandes)

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Uma nova espécie de árvore frutífera, parente próxima da jabuticabeira, foi descoberta em Maricá, pelos pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) Thiago Fernandes e João Marcelo Braga. O estudo indica que a árvore de sete metros de altura é única no mundo, conforme noticiou a Agência Brasil de Notícias. 

A árvore foi encontrada em Maricá, na área do Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia, região metropolitana do Rio de Janeiro. A planta ganhou o nome científico de Siphoneugena carolynae. É o pesquisador Thiago Fernandes que aponta que essa árvore é a única da espécie conhecida até o momento.

“Coletamos os frutos verdes ainda. Não conhecemos os frutos maduros, mas podemos prever que são semelhantes às jabuticabas (gênero Plinia), já que são parentes próximos”, contou o pesquisador, em texto divulgado pelo JBRJ.

Maricá recebeu a visita de Charles Darwin,em1832

A região de Maricá, destaca Fernandes, desde o século 19 tem provocado o interesse de naturalistas, inclusive de Charles Darwin. O naturalista, geólogo e biólogo britânico visitou aquela área em 1832 e se hospedou na histórica Fazenda Itaocaia, onde agora houve a descoberta da espécie.

Para o pesquisador, trata-se de um avanço para a ciência. “Essa nova descoberta é um passo adiante para o conhecimento pleno da flora da Mata Atlântica, que ainda abriga muitas espécies desconhecidas para a ciência. Além disso, demonstra a importância das áreas protegidas para a conservação dessa e de outras espécies raras e com distribuição restrita”, completou.

“Já fizemos outras descobertas nessa localidade de Maricá. Teve uma espécie frutífera que só era conhecida por uma única coleta feita no século 19, que já está no Jardim Botânico em cultivo, e outras duas espécies novas ocorrendo em Itaocaia e Niterói”, afirmou.

De acordo com o JBRJ, o nome científico dado à nova árvore foi proposto pelos pesquisadores em homenagem à pesquisadora sênior da Universidade de Brasília Carolyn E. B. Proença, que contribuiu com a discussão sobre a nova espécie. “O resultado da pesquisa foi divulgado, em julho último, na revista científica Brittonia, publicação do Jardim Botânico de Nova York, uma das mais respeitadas do mundo”, informou o JBRJ.