O Carnaval de 2025 no Rio de Janeiro promete desfiles memoráveis, com as escolas de samba do Grupo Especial apresentando enredos que celebram a diversidade cultural, figuras históricas e mitologias afro-brasileiras. Pela primeira vez, os desfiles serão divididos em três noites: 2, 3 e 4 de março.
Unidos de Padre Miguel
De volta para o Grupo Especial, a Unidos de Padre Miguel apresentará “Egbé Iya Nassô“, enredo que narra a trajetória de Iyá Nassô e o Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, reconhecido como o mais antigo templo afro-brasileiro em atividade. O desfile será desenvolvido pelos carnavalescos Lucas Milato e Alexandre Louzada.
Imperatriz Leopoldinense
A atual vice-campeã levará à Sapucaí “Ómi Tútu Ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón“, enredo que aborda a mitologia dos orixás, em específico a jornada de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô. Este será o primeiro enredo totalmente afro desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira na escola.
Unidos do Viradouro
Em busca do quarto título, a Viradouro apresentará “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos“, destacando a história de João Batista, conhecido como Malunguinho, líder quilombola do século XIX em Pernambuco, que se tornou uma entidade afro-indígena manifestada como Caboclo, Mestre e Exu. O enredo é assinado por Tarcísio Zanon.
Estação Primeira de Mangueira
Com “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões“, a Mangueira explorará a presença negra na região central do Rio de Janeiro, desde a influência do povo bantu até a realidade atual, destacando as lutas e celebrações dessa população. O desfile será desenvolvido pelo carnavalesco Sidnei França.
Unidos da Tijuca
A escola apresentará “Logun-Edé: Santo Menino Que Velho Respeita“, enredo que conta a história do orixá Logun-Edé, filho de Oxum e Oxóssi, representado pelas cores amarelo e azul, as mesmas da agremiação. O carnavalesco Edson Pereira será o responsável pelo desenvolvimento do tema.
Beija-Flor de Nilópolis
Em homenagem a um de seus maiores baluartes, a Beija-Flor vai levar à avenida “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas“, enredo que destaca a trajetória de Laíla, sua religiosidade e contribuição para o Carnaval, culminando em um reencontro espiritual com Joãosinho Trinta. O desfile será desenvolvido por João Vitor Araújo.
Acadêmicos do Salgueiro
Com “Salgueiro de Corpo Fechado“, a agremiação explorará a relação humana na busca por proteção espiritual, exaltando simbologias sagradas e práticas de fechamento de corpo presentes em diversas culturas. O enredo é assinado pelo carnavalesco Jorge Silveira e pelo enredista Igor Ricardo.
Unidos de Vila Isabel
“Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece” é o enredo que a Vila Isabel vai apresentar, com foco nas assombrações que integram o imaginário popular brasileiro, desde a infância até a vida adulta. O desfile será desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros.
Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade vai trazer “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar“, ao propor uma viagem intergaláctica onde a escola se reconecta com seu brilho mais intenso e questiona os próximos passos da humanidade em um manifesto pelo futuro. O enredo será desenvolvido pelos carnavalescos Renato e Márcia Lage.
Paraíso do Tuiuti
O Tuiuti vai apresentar “Quem tem medo de Xica Manicongo?”, enredo que narra a história de Xica Manicongo, considerada a primeira travesti do Brasil, trazida do Congo para ser escravizada em Salvador no século XVI. A escola destacará sua resistência e identidade de gênero.
Acadêmicos do Grande Rio
Com “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós“, a Grande Rio abordará as entidades encantadas que habitam as pororocas no encontro das águas do rio com o mar, mergulhando no universo do carimbó e nas histórias das Belas Turcas e da Cabocla Jurema. O enredo será desenvolvido por Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
Portela
A Portela homenageará Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento“, destacando a trajetória e a contribuição do cantor e compositor para a música brasileira. Este será o primeiro enredo da escola dedicado a uma personalidade viva.
Com essa diversidade de temas, o Carnaval de 2025 promete ser uma celebração rica em cultura, história e espiritualidade, refletindo a pluralidade do povo brasileiro e a criatividade das escolas de samba do Rio de Janeiro.