A Mocidade Independente de Padre Miguel prepara-se para levar a Marquês de Sapucaí a uma jornada intergaláctica no Carnaval de 2025 com o enredo “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar”. A escola de samba verde e branco aposta em uma narrativa que une nostalgia, inovação e reflexão sobre o futuro da humanidade.
O desfile será desenvolvido pelo casal de carnavalescos Renato e Márcia Lage, conhecidos pela criatividade e capacidade de transformar conceitos ousados em espetáculos grandiosos. A proposta do enredo é revisitar momentos icônicos da Mocidade e convidar o público a sonhar sem limites.
Mocidade de Padre Miguel se prepara para o Carnaval 2025
Após brilhar no Carnaval de 2017 com o título conquistado pelo enredo “As Mil e Uma Noites de Uma Mocidade pra Lá de Marrakesh”, a Mocidade enfrentou um período de oscilações. Em 2024, a escola apostou no enredo “Pede Caju Que Dou… Pé de Caju Que Dá!” e ficou em primeiro lugar na Série Ouro do Carnaval, o que trouxe de volta o orgulho da comunidade de Padre Miguel.
Com o enredo de 2025, a Mocidade vai fazer uma viagem no tempo também para celebrar conquistas passadas. O enredo reflete sobre os avanços tecnológicos, as transformações sociais e os desafios ambientais ao propor um manifesto por um futuro e inclusivo. A escolha do tema resgata a essência inovadora da escola, presente, por exemplo, no emblemático desfile de 1985, “Ziriguidum 2001”, que marcou o Carnaval carioca com uma visão futurista de vanguarda.
Samba-Enredo de 2025 da Mocidade de Padre Miguel
O samba-enredo da Mocidade foi composto por Anderson Benson, Dudu Nobre, Diego Nicolau, Paulinho Mocidade e Tico do Gato. A obra exalta a capacidade humana de sonhar e relembra os grandes momentos da Mocidade, com projeções para o que está por vir.
Confira a letra abaixo:
A luz que nos chega da estrela primeira,
Nascida do pó no Cruzeiro do Sul
Do plasma divino das mãos carpinteiras
Ressurge candeia no breu nesse azul
Será que o limbo da imaginação
Perverte a inteligência
O homem com sua ambição
Desconhece a razão desatina a Ciência
Será que há de ter carnaval, sem minha cadência?
Com alas em tom digital
No fim da existência
Me diz afinal quem há de arcar com as consequências?
Se a mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos a luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer
O verde adoecido da esperança
Ofega sobre o leito da cobiça
Quem vive pelo preço da cobrança
Derrama sua lágrima postiça
Fogo matando a floresta
Bicho morrendo no cio
Febre no pouco que resta
Secam as águas do rio
E a vida vai vivendo por um fio
Naveguei…
No afã de me encontrar eu me emocionei
Lembrei da corda bamba que atravessei
São tantas as viradas desta vida
A mão que faz a bomba se arrepende
Faz o samba e aprende
A se entregar de corpo e alma na avenida
O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade