A Caixa Econômica Federal prepara um recurso contra o resultado do leilão realizado pela Prefeitura do Rio que vendeu o terreno do antigo Gasômetro, na Região Portuária, para a construção de um estádio de futebol. O banco estatal já havia se posicionado contra a desapropriação do imóvel, do qual era dono, e, agora, é contra a concretização do negócio.
O terreno foi vendido em leilão, no último dia 31/7, por R$ 138,2 milhões, enquanto a Caixa tinha avalição inicial de R$ 400 milhões e, segundo o noticiário, chegou a baixar para R$ 250 milhões. Outra discórdia com a Prefeitura é a respeito do uso da área, que a Caixa destinava para a expansão do projeto de revitalização urbana Porto Maravilha, com novas habitações e moradores. Agora, o imóvel será destinado à construção de um estádio de futebol privado.
A nova arena estará a cerca de dez minutos do Maracanã, estádio do Governo do Estado do Rio em que foram gastos pelo menos R$ 1,2 bilhão para que fosse reformado a tempo de ser usado na Copa do Mundo de 2014. A própria Caixa participou da formulação do financiamento que viabilizou a reforma e do qual ainda resta uma dívida de R$ 114 milhões, com o BNDES. Como o Estado do Rio está em recuperação fiscal, quem vendo pagando essa dívida é a União.
Caixa prepara recurso à Justiça contra venda do terreno
Após a publicação do ato da venda no Diário Oficial do município, o Flamengo, que venceu o leilão, já realizou o pagamento. A estimativa da diretoria da agremiação é inaugurar o estádio no dia 15 de novembro de 2029, data do aniversário do clube.
O leilão foi realizado pela Prefeitura sem que ainda sejam conhecidos os estudos sobre o impacto do estádio de futebol no trânsito e nos planos de expansão de moradias na região. Pela avenida Francisco Bicalho, ao lado do terreno que pertencia à Caixa, passam cerca de 300 mil pessoas por dia, sendo um dos principais acessos ao Centro da cidade e à Ponte Rio-Niterói.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, candidato à reeleição, conta com sua boa relação com o presidente Lula para a concretização da venda do terreno do Gasômetro. Porém a Caixa é regida por normas que a impedem de realizar negócios que prejudiquem seu patrimônio. A falta de ação do banco poderia comprometer inclusive sua diretoria. Há um longo caminho até que a situação seja resolvida.