A proprietária da Nova Bolsa de Valores do Rio, a ATG (Americas Trading Group), pode mudar a sede da Flamengo Tower, na Zona Sul, para um novo imóvel no Centro do Rio. O edifício da antiga Mesbla, na Rua do Passeio, é uma das principais opções avaliadas pelo CEO da ATG, Claudio Pracowinick. Atualmente, o prédio pertence a São Carlos Empreendimentos.
O plano de mudança para o Centro está em linha com os esforços de revitalização da região, um dos maiores centros financeiros do país. O novo local também visa facilitar o acesso de funcionários, investidores e excursionistas por conta da proximidade com o Aeroporto Santos Dumont.
Em julho, o secretário de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Chicão Bulhões, mencionou que havia negociações em andamento para que a sede fosse no prédio da Automóvel Clube, também na Rua do Passeio. O edifício passa por uma reforma desde o ano passado, orçada em R$ 37 milhões. No entanto, não surgiram novas informações sobre essa possibilidade.
A quebra da antiga BVRJ
A sede da antiga Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), localizada na Praça XV, foi descartada como sede porque a ATG quer desvincular sua imagem das transgressões ocorridas em 1989. Naquele ano, a antiga BVRJ quebrou depois que o empresário Naji Nahas foi acusado de inflacionar artificialmente os preços com uso de um esquema de compra e venda simultânea de ações, o que gerou uma crise de confiança no mercado financeiro.
Nos anos seguintes, a BVRJ foi perdendo a relevância comercial até se tornar inativa em 2002. Hoje, o antigo imóvel pertence à maior concorrente da ATG, a Bovespa. A nova Bolsa de Valores carioca tem o objetivo de competir diretamente com a B3, em São Paulo, e fortalecer a posição do Rio como polo financeiro e econômico. A expectativa é que essa competição traga benefícios ao mercado, como mais opções para investidores e menor custo de negociação.
Nova Bolsa de Valores do Rio deve começar a funcionar em 2025
A ATG é controlada pela Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos. Anteriormente, a ATG enfrentou desafios na criação de uma Bolsa de Valores do Rio por conta da dependência de infraestruturas controladas pela B3, como a câmara de compensação (clearing) e a depositária. O apoio financeiro da Mubadala foi essencial para permitir que a nova bolsa tenha total autonomia nas operações financeiras.
A ATG vai anunciar o nome oficial da nova Bolsa de Valores do Rio de Janeiro em novembro. A estrutura do projeto vai estar pronta até o final deste ano, com testes programados para o primeiro semestre do próximo ano. A previsão é que as operações comecem até o final de 2025.