Baía de Guanabara: estaleiro ilegal é interditado pelo Estado | Diário do Porto


Meio Ambiente

Baía de Guanabara: estaleiro ilegal é interditado pelo Estado

Estaleiro na Baía de Guanabara é interditado após denúncia ao Inea sobre desmanche de navios sem licença ambiental.

11 de fevereiro de 2025

A empresa interditada pela Operação Chittagong não possuia licença ambiental para o desmanche de navios (foto: Governo do Estado / Carla Rocha)

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O Governo do Estado interditou um estaleiro que operava ilegalmente às margens da Baía de Guanabara, na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, durante a Operação Chittagong. A empresa, especializada no desmanche de navios, não possuía licença ambiental e era responsável por poluir o solo e lançar resíduos tóxicos na Baía.

A ação foi coordenada pela Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), com o apoio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e do Comando de Polícia Ambiental. O estaleiro poderá ser multado em valores que variam de R$ 10 milhões a R$ 50 milhões.

Crimes ambientais investigados

Durante a operação, nove pessoas foram notificadas, incluindo o gerente da empresa, que foi encaminhado à delegacia para responder criminalmente. As irregularidades identificadas incluem poluição do solo por vazamento de óleo, poluição hídrica, desativação de embarcações sem licença ambiental e acondicionamento inadequado de produtos perigosos.

O Inea informou que, em agosto de 2024, já havia notificado a empresa para encerrar as atividades, uma vez que a licença vigente permitia apenas reparos de embarcações, não o desmanche.

Denúncias e monitoramento na Baía de Guanabara

A investigação começou após denúncia ao Inea, que mobilizou seu Núcleo de Inteligência para monitorar a área por três semanas. Foram identificadas operações de corte de estruturas de navios com maçaricos, sem medidas de segurança, gerando vazamento de óleos e outros poluentes na Baía de Guanabara. Segundo técnicos do Inea, cada navio desmontado pode conter até 30 mil litros de resíduos contaminantes, como óleos lubrificantes, mercúrio, amianto e chumbo.

Essa foi a segunda grande interdição realizada pelo governo estadual neste ano. Na semana anterior, um estaleiro clandestino foi fechado no bairro do Caju. A SEAS reforçou que as ações fazem parte de um esforço contínuo para despoluir a Baía de Guanabara e combater crimes ambientais.


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