Ação pede mais segurança na Dutra para romeiros de Aparecida | Diário do Porto


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Ação pede mais segurança na Dutra para romeiros de Aparecida

O Santuário de Aparecida recebe, há mais de cem anos, romaria anual da Arquidiocese do Rio e, na última edição, foram cerca de 60 mil pessoas

4 de setembro de 2025

Aparecida recebeu 9 milhões de romeiros no ano passado, muito vindos do Estado do Rio (foto: Arquidiocese do Rio)

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Com a aproximação do Dia de Nossa Senhora Aparecida, celebrado em 12 de outubro, a segurança dos milhares de romeiros que percorrem a Via Dutra (BR-116) rumo ao Santuário Nacional voltou ao centro das atenções. Desde 2021, ao menos dez peregrinos morreram atropelados ao longo do trajeto até a cidade paulista de Aparecida, segundo o Ministério Público Federal (MPF), que ingressou com uma ação civil pública para exigir medidas emergenciais da União, da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e da concessionária Motiva, que administra a estrada que liga o Rio a São Paulo.

Os acidentes ocorrem principalmente em trechos sem acostamento ou espaço de circulação para pedestres, como nos quilômetros 83, em Roseira, 107, em Taubaté, e 123, em Caçapava. O MPF pede que seja apresentado um plano de ação para reduzir os riscos, incluindo a instalação de passarelas provisórias e outras soluções modulares. Em agosto, o órgão já havia recomendado providências à ANTT para melhorar a segurança na rodovia.

Há mais de cem anos, a Arquidiocese da cidade do Rio de Janeiro organiza uma romaria de fiéis até Aparecida e cerca de 60 mil pessoas participaram da atividade, na última edição, no final de agosto, em deslocamentos por ônibus e carros. Em municípios do Sul Fluminense, é comum avistar também várias pessoas que fazem a romaria a pé, caminhando ao longo dos acostamentos da Via Dutra, o que é uma atividade de alto risco, principalmente nos períodos noturnos.

Aparecida recebeu 9 milhões de devotos em 2024

A procuradora da República Ana Carolina Haliuc Bragança, autora da ação, destaca que proteger os fiéis é também preservar um patrimônio cultural imaterial. “No cenário nacional, romarias como as que ocorrem em direção ao Santuário Nacional de Aparecida assumem importância simbólica: elas expressam a pluralidade cultural do Brasil, unem pessoas de diferentes origens e classes sociais e reafirmam a liberdade religiosa, reconhecida como direito fundamental”, afirmou.

Em 2024, o Santuário Nacional recebeu 9 milhões de devotos, um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior. O fluxo de visitantes se intensifica especialmente nos feriados e finais de semana, com destaque para o 12 de outubro, quando peregrinos chegam a pé, de bicicleta, de ônibus ou em excursões rápidas, muitos vindos de cidades do Estado do Rio.


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