A seca que afeta São Paulo motivou a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) a autorizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a captar água na bacia do rio Paraíba do Sul. A medida liga um sinal de alerta para o Estado e a cidade do Rio de Janeiro, pois as águas deste rio são a principal fonte de abastecimento de fluminenses e cariocas.
É pela transposição do rio Paraíba do Sul que se realiza o abastecimento de águas do Sistema Guandu, que atende à Região Metropolitana do Rio, incluindo a capital e municípios da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados. Cerca de 9 milhões de pessoas dependem diretamente das águas do Paraíba do Sul para seu abastecimento só nesta região.
A bacia do Paraíba do Sul beneficia três Estados: são 184 municípios ao todo, sendo 57 no Estado do Rio de Janeiro, 88 em Minas Gerais e 39 em São Paulo.
A água captada no Sistema Guandu é tratada na maior estação de tratamento de água do mundo em operação contínua, localizada em Nova Iguaçu, e distribuída por uma extensa rede de adutoras e reservatórios.
Rio Paraíba do Sul fornece águas e energia para o Estado do Rio
Além de ser essencial para o abastecimento urbano, o Sistema Guandu também desempenha um papel importante na geração de energia elétrica, uma vez que a água transposta do rio Paraíba do Sul é utilizada pela Light para esse fim antes de ser direcionada ao tratamento.
A seca que atinge a Região Metropolitana de São Paulo levou o Sistema Cantareira, responsável por atender metade da população da região, a atingir 29,4% de seu volume útil e entrará em nível de restrição máxima a partir de 1º de outubro, algo que não ocorria desde janeiro de 2022.
Como medida emergencial, a Sabesp poderá transpor até 10 m³/s do reservatório do Jaguari, na bacia do Paraíba do Sul, para o Atibainha, dentro do Cantareira. Além disso, ampliou a redução da pressão noturna da rede de distribuição, que agora dura 10 horas por dia, das 19h às 5h. As agências reguladoras destacam que novas medidas poderão ser necessárias para preservar o volume dos reservatórios, diante da previsão de chuvas abaixo da média.
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