Entre Jaé e RioCard, transporte no Rio vai entrar em (des)integração | Diário do Porto


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Entre Jaé e RioCard, transporte no Rio vai entrar em (des)integração

O Diário do Porto explica a confusão com a transição dos transportes públicos e o que vai acontecer a partir de agora

24 de julho de 2025

A partir do dia 2 de agosto, os transportes públicos municipais vão aceitar apenas o Jaé como forma de pagamento digital, não aceitando mais o RioCard (foto: Diário do Porto)

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Muitos cariocas estão preocupados: o que vai acontecer com o transporte público do Rio a partir de 2 de agosto, com a transição dos ônibus, VLT e vans municipais para o Jaé? O Diário do Porto explica.

Dessa data em diante, os transportes públicos municipais vão aceitar apenas o Jaé como forma de pagamento digital, não aceitando mais o RioCard. Já nos transportes públicos estaduais, o usuário terá que usar o RioCard, a menos que aquele modal tenha feito um acordo para aceitar o Jaé.

São modais estaduais: metrô, trem, barcas e ônibus intermunicipais públicos. O metrô fez um acordo com a Prefeitura do Rio e terá catracas com máquinas do Jaé a partir de 2 de agosto. Mas tem um porém: o usuário do Jaé não terá, por enquanto, direito à Tarifa Social.

O que é a Tarifa Social no transporte público?

O Rio tem a passagem de metrô mais cara do Brasil: R$ 7,90. Para balancear esse preço, o governo estadual incluiu a Tarifa Social de R$ 5,00 dentro do benefício Bilhete Único Intermunicipal (BUI), desde que o beneficiário tenha renda abaixo de R$ 3.205,20. Ou seja, muitos passageiros pagam R$ 5,00 para usar o metrô em vez do preço cheio de R$ 7,90.

Esses usuários também tem direito ao BUI, que dá desconto ao usar a combinação de metrô + trem ou metrô + ônibus intermunicipal ou metrô + barcas. Em todos esses casos, as duas passagens, somadas, ficam por R$ 8,55, em vez de duas passagens cheias.

Porém, esse programa continua valendo apenas no RioCard. Se o usuário usar apenas o Jaé, não terá direito a nenhum desses benefícios ou descontos. Então por exemplo, se um usuário do Jaé pegar um ônibus e depois outro ônibus, continua pagando só uma passagem de R$ 4,70 (benefício do Bilhete Único Carioca – BUC), como hoje. Mas quando for passar no metrô com seu Jaé, vai pagar mais R$ 7,90. E se for pegar o trem ou as barcas ou um ônibus intermunicipal depois, vai pagar outra passagem cheia, e ainda vai precisar pagar com seu RioCard, porque esses modais ainda não tem previsão de adaptação para aceitarem o Jaé (ainda está em estudos técnicos).

No cenário acima, sem Jaé e RioCard juntos, o carioca pagaria R$ 4,70 + R$ 8,55, sempre com um cartão só. Com os dois em desalinho e caos, o passageiro vai precisar sempre ter dois cartões, para decidir qual usar, caso a caso, em cada transporte, em meio ao embarque, sempre na pressa, na fila do transporte público e no estresse do dia a dia.

A confusão mal começou. As empresas que pagam vale-transporte para seus funcionários terão que colocar crédito nos dois cartões, a serem administrados pelos funcionários. Haja planejamento!

Para saber mais sobre o Jaé, clique aqui e acesse mais informações sobre gratuidade, como adquirir o cartão e outras informações.


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