O Aeroporto Internacional de Cabo Frio voltou a receber voos de passageiros neste sábado (28) com a estreia de uma operação inédita da Aerolíneas Argentinas. A companhia deu início a uma rota sazonal de voos fretados entre Rosario, na Argentina, e a cidade fluminense, marcando a retomada parcial da aviação comercial no terminal, que estava sem voos regulares desde março.
A operação será realizada aos sábados, até 16 de agosto, com mais oito voos previstos no período. Os trechos são operados com aeronaves Boeing 737 MAX 8 ou 737-800, por meio de pacotes turísticos oferecidos por uma agência argentina. Como se trata de voos charter, os bilhetes não estão disponíveis para compra direta no site da companhia.
A nova rota representa uma alternativa logística relevante para turistas argentinos que desejam visitar Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios, destinos muito procurados na Região dos Lagos. O trajeto direto reduz o tempo de viagem em comparação ao desembarque no Aeroporto Internacional do Galeão (GIG), no Rio, seguido de deslocamentos rodoviários que podem levar mais de duas horas.
A retomada de voos em Cabo Frio ocorre em um momento de transição administrativa no terminal. Após 24 anos de concessão, a gestão do aeroporto passou da empresa Costa do Sol para a ESAERO, que assumiu oficialmente o controle do local em abril. Contratada em caráter emergencial, a nova concessionária trouxe um modelo de gestão que prevê, pela primeira vez, o pagamento de outorga ao município. A Prefeitura de Cabo Frio espera que os novos recursos reforcem o orçamento público e permitam investimentos em infraestrutura, turismo e serviços essenciais.
Segundo o novo contrato, a ESAERO se compromete a garantir a regularidade das operações internacionais, cumprir exigências da Receita Federal e da ANAC, e manter critérios rigorosos de controle, desempenho e transparência.
Paralelamente à retomada dos voos em Cabo Frio, a Aerolíneas Argentinas enfrenta restrições operacionais impostas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A agência determinou, de forma cautelar, a proibição da ampliação de rotas e da abertura de novas bases no Brasil, devido a irregularidades não sanadas identificadas durante fiscalizações. A medida afeta operações nos aeroportos de Brasília, Galeão, Salvador, Curitiba e Florianópolis, mas não interfere diretamente na operação charter em Cabo Frio, já que esta ocorre via agência de turismo e não se configura como uma nova base.