Um diário da COP 29: os fatos mais marcantes da conferência de Baku | Diário do Porto


COP 29

Um diário da COP 29: os fatos mais marcantes da conferência de Baku

COP 29 em Baku traz avanços no financiamento climático, mas mantém impasses sobre combustíveis fósseis

11 de novembro de 2024

COP 29 avança no financiamento, mas trava em combustíveis fósseis - Foto: UN Climate Change - Kiara Worth

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Marita Boos

30 de outubro de 2024 – Abertura e expectativas: A COP 29 foi aberta em Baku, Azerbaijão, com um discurso do presidente Ilham Aliyev. Ele destacou o papel do país como um ponto de conexão entre a Europa e a Ásia e prometeu promover uma agenda ambiciosa para o clima. Ativistas locais, no entanto, criticaram a dependência que o país tem de combustíveis fósseis.

31 de outubro de 2024 – Perdas e danos em pauta: O segundo dia trouxe à tona as demandas de países insulares e nações vulneráveis por um fundo operacional para perdas e danos. Representantes de Fiji e Ilhas Marshall pediram mais urgência na alocação de recursos para enfrentar os impactos climáticos.

1º de novembro de 2024 – Debate sobre financiamento: Países desenvolvidos e em desenvolvimento discordaram sobre os mecanismos de distribuição do financiamento climático. John Kerry, dos EUA, propôs um novo fundo para energias renováveis, enquanto África do Sul e Brasil insistiram na necessidade de priorizar a adaptação climática.

2 de novembro de 2024 – A Ásia Central ganha destaque: Delegados da Ásia Central apresentaram uma proposta conjunta para promover energias renováveis na região, especialmente solar e eólica. A proposta foi elogiada, mas países da União Europeia pediram mais detalhamento sobre como os recursos seriam geridos.

3 de novembro de 2024 – Ativismo jovem toma as ruas de Baku: Milhares de jovens ativistas marcharam na capital do Azerbaijão exigindo mais ações concretas dos líderes mundiais. Presente ao evento, a ativista sueca Greta Thunberg afirmou que “a COP 29 é mais uma oportunidade desperdiçada, a menos que medidas reais sejam tomadas”.

4 de novembro de 2024 – Brasil propõe fundo para biomas tropicais: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a iniciativa de um fundo internacional para proteger biomas tropicais, incluindo a Amazônia. A proposta recebeu apoio de países como Indonésia e República Democrática do Congo.

5 de novembro de 2024 – Avanços no mercado de créditos de carbono: Um acordo preliminar sobre a regulamentação global do mercado de créditos de carbono foi anunciado, com participação ativa de Noruega, Alemanha e Austrália. Ambientalistas alertaram para o risco de fraudes no sistema.

6 de novembro de 2024 – Polêmica sobre combustíveis fósseis: Tentativas de incluir um compromisso de eliminação gradual de combustíveis fósseis enfrentaram forte resistência de países como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Delegados europeus expressaram frustração com a falta de avanço.

7 de novembro de 2024 – Tecnologias de captura de carbono: O Azerbaijão promoveu uma sessão especial sobre captura e armazenamento de carbono. Embora o país tenha recebido elogios pelo potencial da iniciativa, muitos participantes ressaltaram que tais soluções não substituem a necessidade de reduzir emissões.

8 de novembro de 2024 – Acordo sobre financiamento climático: Foi fechado um acordo para aumentar a meta de financiamento climático para US$ 150 bilhões anuais até 2025. Países em desenvolvimento comemoraram, mas cobraram mecanismos claros de implementação.

9 de novembro de 2024 – Pressão pelo texto final: Delegados enfrentaram negociações intensas nas últimas 24 horas para garantir consenso no texto final. Questões sobre metas de emissões e financiamentos ainda dividiam opiniões.

10 de novembro de 2024 – Encerramento com avanços moderados: A COP 29 encerrou-se com a aprovação de um texto final que trouxe avanços importantes no financiamento climático e no mercado de créditos de carbono, mas decepcionou em relação à eliminação de combustíveis fósseis. O evento deixou claro que a COP 30, em Belém, será um momento crucial para fortalecer compromissos globais.

De Baku, a COP 29 destacou tanto as possibilidades quanto as limitações do sistema multilateral em abordar a crise climática. Agora, os olhos estão voltados para o Brasil, que sediará o próximo capítulo dessa história.