Matilhas de cães domésticos abandonados estão ameaçando o equilíbrio natural no Parque Estadual da Serra da Tiririca, entre Niterói e Maricá. Pelos menos 200 cães foram flagrados por armadilhas fotográficas espalhadas pelo parque. Esses equipamentos também registraram 14 espécies de mamíferos terrestres nativos do parque, durante 2024, entre eles o gato-maracajá (Leopardus wiedii), ameaçado de extinção, ou o tatu-de-rabo-mole-grande (Cabassous tatouay), cujas imagens foram capturadas pela primeira vez na região.
O Parque Estadual da Serra da Tiririca é uma unidade de conservação administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), situado na Região Metropolitana do Rio. Os registros, com mais de duas mil fotos e gravações, fazem parte de um levantamento da fauna desenvolvido pelo cientista ambiental e servidor da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Rafael Mattos.
Entre os animais naturais do parque fotografados e filmados estão também o cachorro-do-mato ( Cerdocyon thous); furão pequeno (Galictis cuja); tatu peba (Euphractus sexcinctu); tatu-galinha (Dasypus novemcinctus); ouriço-cacheiro Coendou spinosus); caxinguelê (Guerlinguetus brasiliensis); e tamanduá-mirim ( Tamandua tetradactyla).
“É um trabalho importante porque revela a fauna que habita o parque. A partir desse levantamento, poderemos traçar políticas públicas voltadas para a conservação do nosso patrimônio ambiental”, destacou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
Niterói tem órgão para cuidar de cães abandonados
O controle e cuidado de cães de rua ou abandonados é uma atribuição dos Municípios. A Secretaria de Meio Ambiente de Niterói tem até um órgão chamado de Coordenadoria Especial de Direitos dos Animais (CEDA). A preocupação com a população de cães e gatos levou o Governo Federal a criar, em 2023, o Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais (DPDA), que tem entre seus objetivos a proteção da fauna, incluindo medidas para a defesa de animais domésticos, domesticados e selvagens. Então, não faltam recursos e servidores para solucionar o problema na Serra da Tiririca.
O levantamento e monitoramento silvestre no Estado é parte integrante da Estratégia e Plano de Ação Estadual para a Biodiversidade Rio de Janeiro, visando ações para a conservação da fauna e flora fluminense, de 2025 a 2030, segundo o Inea.
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