Desde o início da atual gestão do prefeito Eduardo Paes, em 2021, o Porto Maravilha teve licença de obras para 6.715 novos apartamentos, de diversos tamanhos, o que deve atrair cerca de 18 mil novos moradores nos próximos anos. Já no Centro, ao lado do Porto, houve 2.422 licenças para construir unidades habitacionais, que, caso sejam realizadas, podem trazer cerca de 7.300 moradores.
Uma das razões para a diferença de desempenho entre duas áreas é que no Centro a maior parte das licenças de obras é para retrofits de prédios antigos. O custo para isso é bem mais elevado do que as obras de prédios novos, que são a maioria dos empreendimentos já em curso no Porto Maravilha.
Para tornar o Centro mais atrativo, a Prefeitura conseguiu que a Câmara Municipal aprovasse uma mudança na lei do Reviver Centro, aumentando os benefícios para as empresas que lançarem residenciais em áreas da região.
O incentivo funciona como bônus. Para cada 1.000 metros quadrados construídos no Centro, a construtora terá 1.000 metros quadrados de potencial construtivo em outro bairro da zona sul, como Copacabana e Ipanema, ou da zona norte, como a Tijuca.
O percentual pode chegar a 150% em caso de moradias populares. Na primeira versão, o Reviver Centro concedia bônus menores, de 40%.
Porto Maravilha terá dois retrofits em prédios históricos
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões, avalia que o Reviver Centro “ainda está tímido” e que o estímulo de distribuir o potencial construtivo para a zona sul pode acelerar a chegada de mais residenciais.
Enquanto isso, os dois mais recentes empreendimentos anunciados no Porto Maravilha também serão obras de transformação de edifícios comerciais para residenciais. No mês de julho, foram anunciados dois empreendimentos na Região Portuária que totalizam 587 apartamentos, em prédios importantes para a história da arquitetura da cidade.
Ambos os prédios antigos são marcos do estilo art déco: o prédio da rua Sacadura Cabral, 103, terá 140 unidades, enquanto o edifício A Noite, na Praça Mauá, terá 447. Com esses dois edifícios, o Porto Maravilha atinge a marca de nove empreendimentos residenciais em dois anos, sendo que os sete primeiros são novas construções, em terrenos que antes estavam desocupados na região.