O aeroporto internacional do Rio, o Galeão, recebeu neste domingo, 16/1, 12 voos que deveriam ter pousado em São Paulo e no aeroporto Santos Dumont. Os voos foram desviados para as pistas do Galeão por causa das chuvas e ventos que impediram a operação normal dos outros aeroportos.
Nove desses voos tinham como destino Guarulhos ou Congonhas, que ficaram fechados durante várias horas. A chuva forte que afetou os aeroportos paulistas provocou alagamentos e deixou toda a cidade de São Paulo em estado de atenção. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura paulistana, além dos aeroportos houve interrupção de parte do sistema de trens urbanos, com alagamentos dos trilhos.
No Rio, em situação comum quando as condições do tempo não estão favoráveis, três voos que deveriam pousar no Santos Dumont foram redirecionados para o Galeão.
O Galeão é o aeroporto brasileiro com maior extensão de pistas, que chegam a 4 km, a terceira do mundo, o que propicia condições favoráveis para pousos e decolagens mesmo em situações climáticas adversas. Para se ter uma ideia, o Santos Dumont tem apenas 1.320 metros.
Galeão ainda tem 49% de participação da Infraero
As informações sobre o número de voos constantemente desviados do Santos Dumont para o Galeão não constam do edital de privatização desse aeroporto, que está sob a análise do Tribunal de Contas da União (TCU). A falta de avaliação sobre a complementaridade entre os dois aeroportos é um dos problemas apontados pelo senador Carlos Portinho (PL/RJ) em representação ao Tribunal, pedindo a suspensão do processo de privatização.
Segundo Portinho, o Governo Federal no intuito de valorizar o Santos Dumont e acelerar sua venda, prevista para ocorrer ainda neste semestre, fez um edital que permite ampliar suas operações, inclusive com voos internacionais. Se isso ocorrer, aumentará ainda mais o esvaziamento do Galeão, colocando em risco sua continuidade.
Sem o Galeão como opção de emergência, os voos atualmente desviados do Santos Dumont ou de São Paulo teriam que ser direcionados para outros locais, aumentando os riscos das operações.
Portinho enfatiza em sua representação ao TCU que a própria União pode ter prejuízos com o atual modelo de privatização do Santos Dumont. A União ainda é dona de 49% do Galeão, em sociedade com a Concessionária RIOgaleão.