Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Emmanuel Macron, estarão nesta quarta-feira em Itaguaí, para o lançamento do terceiro submarino convencional construído pelo Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil). Na ocasião, os dois também devem discutir a continuidade do programa, que prevê a construção de um submarino movido a energia nuclear até a próxima década.
O encontro de Lula e Macron em Itaguaí é simbólico, pois foi em seu segundo mandato, em 2008, que o presidente brasileiro conseguiu obter junto aos franceses o acordo de transferência tecnológica que garantiu a execução do Prosub. Na ocasião, a França era governada por Nicolas Sarkozy, e o acordo com o Brasil abriu caminho para que a Marinha brasileira pudesse executar o programa que hoje a torna detentora de três dos mais modernos submarinos movidos por motores diesel elétricos, sendo que um quarto já está em fase avançada de construção.
Macron retomou as negociações com o Brasil
Durante os anos da gestão de Bolsonaro, Macron reduziu os contatos para a continuidade do Prosub, após uma série de provocações feitas pelo então governo brasileiro. A tecnologia francesa é vista como essencial para o desenvolvimento do casco e dos sistemas de transmissão de energia do futuro submarino nuclear. A construção do motor é totalmente desenvolvida pelo Brasil.
Macron e Lula verão o batismo e o lançamento ao mar do submarino Tonelero S 42, construído totalmente no estaleiro e base naval de Itaguaí, cujas obras foram iniciadas, em 2010, também graças ao programa estabelecido pelo presidente brasileiro. Hoje, essas estruturas, realizadas pela Odebrecht, estão entre as mais avançadas edificações de uso militar do mundo.
Segundo a Agência Marinha de Notícias, o Prosub, além de garantir a construção dos submarinos no país, tem contribuído para a geração de emprego e renda; formação de mão de obra especializada; avanço tecnológico; nacionalização e transferência de tecnologia; e o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa brasileira.
O projeto do “Tonelero” incorpora a modernidade das embarcações francesas da classe Scorpène, com adaptações e incrementos para atender às necessidades específicas das operações da MB. Maior que o modelo francês, o “Tonelero” tem 71 metros de comprimento e possui deslocamento submerso de 1.870 toneladas. Após ser colocado na água, o “Tonelero” vai dar início ao processo de testes para avaliar as condições de estabilidade no mar e os sistemas de navegação e de combate.