Diário do Porto

Alerj exige que Anac não leve voos do Rio para Campinas

avião da Azul no Santos Dumont

(Foto: Divulgação)

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano está exigindo providências à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para evitar que a Azul extinga os voos diretos entre a cidade do Rio e os municípios de Macaé e Campos, no Norte Fluminense. Ceciliano pede providências imediatas da Agência para evitar que a empresa aérea transfira esses voos para Campinas, em São Paulo.

Segundo Delmo Pinho, assessor da presidência da Fecomércio RJ, caso nada seja feito pela Anac, esses voos serão transferidos para o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) a partir do próximo dia 8. Isso fará com que as viagens entre o Rio e o Norte Fluminense passem dos 250 km atuais para mais de 1.000 km, elevando o tempo de voo de uma hora de duração para, no mínimo, quatro horas.

A carta de Ceciliano, que foi endereçada ao diretor-presidente da Anac, Juliano Alcântara Noman, classifica a decisão da Azul como absurda. O presidente da Alerj diz que isso é mais um dos efeitos colaterais negativos da falta de coordenação, por parte da Anac, no equilíbrio de voos entre o Santos Dumont e o aeroporto do Galeão.

Delmo Pinho afirma que os voos atuais da Azul, operados do Santos Dumont, “são voos bem lucrativos, invariavelmente com mais de 75% de ocupação e frequentemente com lotação total (100% dos assentos ocupados)”. O que reflete a ligação da capital carioca com os municípios centrais na produção de petróleo no Estado do Rio. Nesses voos são usados aviões com capacidade para 70 passageiros.

Anac regula os direitos por horários nos aeroportos

A motivação da Azul para a transferência desses voos para Campinas estaria na pretensão de utilizar os slots a que tem direito no Santos Dumont para aviões com maior porte (até 136 passageiros), em conexões para outras regiões do país. Slot é um termo técnico que define o horário de chegada e partida disponível ou autorizado para a realização de um voo. No caso do Santos Dumont, quem define os slots é a Anac.

Ceciliano enfatiza que essa é uma situação inaceitável e que trará graves prejuízos à economia fluminense. Pinho concorda que a decisão da Azul trará prejuízos ao Rio. Para ele, haverá ainda mais concentração de passageiros no Santos Dumont, que já opera acima de sua capacidade, “por falta de ação regulatória da Anac e da SAC (Secretaria de Aviação Civil – órgão do Ministério da Infraestrutura), que insistem em não limitar as operações nesse aeroporto”.

Ao mesmo tempo, a falta de ação da Anac e da SAC é diretamente responsável pelo esvaziamento do aeroporto internacional do Galeão, que atualmente opera apenas 19% dos voos no Rio, enquanto o Santos Dumont fica com 81%. Essa concentração impede que o Galeão alimente as linhas aéreas internacionais com voos nacionais. Esse, que já foi o mais importante aeroporto do país, hoje ocupa a décima primeira posição no ranking nacional.


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