Diário do Porto

Movimento para fortalecer o Galeão já incomoda paulistas

aeroporto do galeão fila

Galeão tem defesa liderada pelo presidente da Alerj, André Ceciliano, pelo prefeito Eduardo Paes e o senador Carlos Portinho (foto: Agência Brasil / Tânia Rêgo)

O movimento que vem lutando pelo fortalecimento do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, já começa a incomodar os concorrentes de outros Estados, isso é o que revela reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico. Segundo o jornal, a Invepar, concessionária que administra o aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, já pediu ao Governo Federal para participar do debate que envolve uma questão econômica do Estado do Rio.

A questão toda gira em torno do modelo de privatização do aeroporto Santos Dumont, que nos últimos anos tem se transformado em alimentador dos aeroportos internacionais vizinhos, notadamente de Guarulhos. Com isso, vem perdendo o Estado do Rio que vê o definhamento do Galeão como hub aéreo internacional, o que afeta os passageiros e as operações de importação e exportação pelo aeroporto, com prejuízo para a economia estadual.

Segundo o Valor, a Invepar está preocupada com uma possível “assimetria” de mercado, caso haja limitação das operações no Santos Dumont. A limitação é o objetivo principalmente do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e de André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). Ambos são favoráveis à privatização do Santos Dumont, desde que seja limitado a voos da ponte aérea e regionais, com exceção dos destinados a Brasília. O senador Carlos Portinho (PL/RJ) também propõe a limitação, porém sob um critério em que só se permita o aumento de voos no Santos Dumont quando a soma de passageiros movimentados junto com o Galeão supere os 30 milhões por ano. Hoje esse esse número não chega a 13 milhões.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que vem sendo apresentado como candidato ao Governo de São Paulo, defende que haja ampliação dos voos no Santos Dumont, o que contribuirá para que esse aeroporto se consolide ainda mais como alimentador do aeroporto paulista e de outros Estados. Para compensar, o ministro acena com a possível construção de uma linha de metrô ligando o Santos Dumont ao Galeão, o que não é uma solução direta para fortalecer o hub internacional do Rio.

Galeão é essencial para o Rio, diz senador Carlos Portinho

O senador Carlos Portinho (PL/RJ) ingressou com uma representação no Tribunal de Contas da União pedindo a suspensão liminar do processo de privatização do Santos Dumont. Ele argumenta que o enfraquecimento do Galeão e sua eventual paralisação trarão prejuízos para a própria União, que é ainda dona de 49% do aeroporto, administrado pela Concessionária RIOgaleão.

Portinho lembra em sua representação que em Minas Gerais o Governo local conseguiu privatizar o aeroporto da Pampulha sem prejudicar o aeroporto internacional de Confins. O senador pede que o mesmo tratamento seja dado ao Estado do Rio.


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