A Marinha do Brasil está estudando planos para ampliar o uso da base naval e do moderno estaleiro construídos nos últimos 15 anos em Itaguaí, a 50 km do Rio, para o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos). Entre os estudos, há planos para o desenvolvimento de navios-patrulha de 500 toneladas e até para a produção de submarinos que poderiam ser exportados para países vizinhos.
Tudo vai depender das negociações entre a Marinha e o Governo Federal para a continuidade do Prosub, que desde 2008 já consumiu cerca de R$ 40 bilhões.
Com esse dinheiro, além das edificações em Itaguaí, foram construídos dois submarinos diesel-elétricos e outros dois estão em construção, com entrega prevista para até 2025. Dos já construídos, um já foi entregue, o Riachuelo S 40, e o outro está em fase de testes.
A continuidade do projeto envolve a construção do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro, até 2033. O Prosub foi criado pelo presidente Lula em sua segunda gestão na Presidência, em 2008, quando foi firmada uma parceria para transferência de tecnologia com a França. Por esse acordo, os franceses capacitam os brasileiros no desenvolvimento dos submarinos convencionais e na construção do casco do submarino de propulsão nuclear, cujo reator é desenvolvido pela própria Marinha.
Em Itaguaí, trabalham no desenvolvimento do Prosub as empresas Naval Group, da França, e as brasileiras ICN (Indústria de Construções Navais) e Novonor, nome atual da Odebrecht.
Prosub teve transferência de alta tecnologia
A intenção da Marinha ao buscar a continuidade do Prosub e novos negócios para as instalações de Itaguaí, como os navios-patrulha e os submarinos de exportação, é também manter os engenheiros e os trabalhadores que já foram qualificados nos últimos anos em processos de alta tecnologia. O conhecimento tecnológico, acumulado graças aos investimentos já feitos no Prosub, corre risco, se o projeto for descontinuado.
A Marinha estima que, nos 15 anos do Prosub, quase 80% das obras em Itaguaí já foram concluídas. Até o final do ano, estão previstas as entregas dos prédios do comando da força submarina e do comando da base naval, considerados fundamentais para o funcionamento do complexo.
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